Trump assume – o que muda para o Brasil
Brasil e EUA compartilham ideais de democracia, comércio internacional e diversos laços a mais de um século. Desta forma, um só governante não deveria ser um grande problema para os laços que unem estas nações.
No entanto, agora é diferente, porque não estamos falando de um governo – Trump – mas de dois países com dois governos em rota de colisão: Lula e Trump.
Além de ideologias há o temperamento (que se pese mais o temperamento intempestivo de Trump) e a situação interna da democracia brasileira, questionada sobretudo pelas ações do Supremo Tribunal Federal, especialmente na figura do ministro Alexandre de Morais. Ainda temos a liderança do Brasil (incontestável liderança) entre grupos que se fortalecem como é o caso do Mercosul e do BRICS.
Dando uma amostra de força, em seu primeiro dia de mandato, Donald Trump, já comunicou que estará fora do Acordo de Paris. Um golpe para a Conferência do Clima (COP 30) marcada para novembro, no Brasil.
Segundo assessores, é mais um indicativo de que Trump não virá para o evento a ser realizado em Belém (PA).
Os Estados Unidos são o maior emissor de gás estufa da história, e sua decisão pode influenciar outros países num momento delicado para o combate ao aquecimento global.
Na avaliação de assessores presidenciais, a expectativa é que a China reafirme, na COP 30, seu compromisso de adotar medidas para emitir menos carbono. O que “compensaria” a provável ausência de Trump no evento.
Há um temor, no entanto, de que outros países sigam o caminho dos Estados Unidos na era trumpista. Ao mesmo tempo, uma esperança de que os últimos eventos climáticos extremos mostrem que os países precisam se unir para evitar o pior.
Mas há tempo para reverter esta situação, não na tentativa de trazer Trump, mas de coloca-lo como figura nefasta dentro da agenda mundial, de proteção ao planeta. Talvez ele seja forçado a repensar sua posição, ao longo do mandato, mas não nos próximos meses.

Donald Trump toma posse como presidente dos EUA.
Outro ponto na agenda política do presidente Donald Trump que pode incomodar o governo brasileiro, serão as pressões feitas pelas big techs.
Uma das fileiras de assentos na cerimônia de posse do presidente norte-americano Donald Trump, na segunda-feira (20/01), servia como uma espécie de pôster de uma das faces do novo governo dos Estados Unidos.
Na mesma fileira, estavam Mark Zuckerberg, chefe da Meta, Jeff Bezos (fundador da Amazon), Elon Musk (dono da rede social X) e outros executivos de grandes empresas de tecnologia como Tim Cook, chefe da Apple.
Juntos, eles controlam empresas avaliadas em trilhões de dólares e, nos últimos anos, fizeram gestos de apoio a algumas das bandeiras de Trump e de extrema importância para eles mesmo: a não-regulação das redes sociais.
No Brasil, a demonstração de apoio das chamadas big techs (grandes empresas de tecnologia) ao novo governo Trump, contudo, tem o potencial de colocar o país em uma situação desconfortável.
Mas como toda moeda tem dois lados, é preciso olhar também para os novos parceiros do Brasil no mundo. Diversos países estão lutando contra estas big techs e seguindo a linha adotada pelo judiciário brasileiro.
O fato é que alarmismo e manchetes de “fim do mundo” com a entrada de Donald Trump, servem principalmente para atrair audiência e discurso de polarização. Vamos lembrar que Trump precisou de uma campanha agressiva para se garantir nestas eleições e que deverá ser assim nos primeiros meses. Mas já vimos que em outras ocasiões o seu padrão foi sempre de retomar o discurso dentro de uma realidade onde ele não está sentando no trono do mundo, embora ocupe uma cadeira que o mundo respeita.
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