Categoria: BRASIL

  • PGR pede a condenação de Bolsonaro, que pode ultrapassar 40 anos de prisão

    PGR pede a condenação de Bolsonaro, que pode ultrapassar 40 anos de prisão

    PGR pede a condenação de Bolsonaro, que pode ultrapassar 40 anos de prisão

    Ficou claro que a Procuradoria Geral da República simplesmente ignorou a pressão de Donald Trump sobre o sistema judicial brasileiro. Mas se engana quem acredita que as alegações finais da PGR foram apresentadas no final do dia de ontem (14), como uma resposta as ameaças de Trump. A apresentação se deu conforme calendário previsto, que dava ontem como último dia para a apresentação das alegações finais.

    O procurador geral da república, Paulo Gonet, pediu a condenação de Bolsonaro por liderar organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano contra patrimônio da União; e deterioração de patrimônio tombado.

    A pena pode superar 40 anos caso Bolsonaro seja condenado por todos esses crimes.

    Não foi só Bolsonaro que teve sua condenação pedida pela PGR. Além do ex-presidente, foi solicitada a condenação — com variações nos crimes indicados — de todos outros acusados do chamado núcleo 1 ou “crucial” da trama golpista: Alexandre Ramagem; Almir Garnier Santos; Anderson Torres; Augusto Heleno; Mauro Cid; Paulo Sérgio Nogueira; e Walter Braga Netto.

    A apresentação de alegações finais é a última etapa antes do julgamento e acontece após a instrução processual, em que foram ouvidas testemunhas e interrogados os oito réus acusados de integrar o “núcleo crucial” da tentativa de golpe, incluindo três generais do Exército — o ex-ministro da Casa Civil Braga Netto, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio.

    Agora, haverá prazo de quinze dias para o delator e réu Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, apresentar sua manifestação final. Depois, mais quinze dias para as defesas dos demais réus fazerem o mesmo.

    Ao fim dessa etapa, o processo estará pronto para ser julgado, e a expectativa é que isso ocorra no final de agosto ou início de setembro.

    Caso Bolsonaro seja condenado, provavelmente cumprirá a pena em prisão domiciliar, devido a problemas de saúde, seguindo o precedente recente da prisão do ex-presidente Fernando Collor.

    Segundo a acusação, a tentativa de golpe articulada pelo núcleo crucial teria começado com a campanha contra o sistema eletrônico de votação durante o governo Bolsonaro (2019-2022); seguido com a pressão sobre as Forças Armadas para aderir ao plano e culminado nos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 janeiro de 2023.

    Quando Bolsonaro será julgado

    Com a apresentação das alegações finais, por parte da PRG, no processo que investiga Jair Bolsonaro e outros integrantes do núcleo 1 da suposta trama golpista. A medida marca o encerramento da fase de instrução, dando início à reta final do julgamento.

    A partir de agora, o cronograma segue três etapas principais:

    – Defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator no processo, terá 15 dias corridos para apresentar suas alegações finais.
    – Em seguida, os demais réus, incluindo o ex-presidente Bolsonaro, também terão 15 dias corridos para se manifestarem.
    – Concluídos esses prazos, caberá à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) agendar a data do julgamento. A decisão ficará sob responsabilidade do ministro Cristiano Zanin, que preside a Turma.

    Como há réus presos, os prazos processuais seguem ativos mesmo durante o recesso do Judiciário (de 2 a 31 de julho). Isso abre a possibilidade de que o julgamento ocorra ainda neste segundo semestre de 2025, com estimativas apontando para o mês de setembro.

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  • Nem os EUA concordam com Trump e Brasil deve publicar decreto de reciprocidade os próximos dias

    Nem os EUA concordam com Trump e Brasil deve publicar decreto de reciprocidade os próximos dias

    Nem os EUA concorda com Trump e Brasil deve publicar decreto de reciprocidade os próximos dias

    A imprensa americana está demolindo todos os argumentos de Donald Trump que ancora a tarifa de 50% para produtos brasileiros em uma lei que lhe permite isso em caso de segurança nacional. No entanto todos refutam isso, já que os EUA mantem uma balança comercial favorável com o Brasil.

    Judiciário nos EUA

    No fim de maio, o Tribunal de Comércio Internacional dos EUA considerou que Trump excedeu sua autoridade ao impor as chamadas tarifas recíprocas a centenas de países, em 2 de abril. A Corte, composta por três juízes, entendeu que os decretos com base na lei de emergência “excedem os poderes concedidos ao presidente para regular importações por meio do uso de tarifas aduaneiras.”

    Consumidores americanos

    Por outro lado o povo americano também está muito insatisfeito com os reflexos nos preços de alimentos e outros bens, desde que a política tarifária começou a ser aplicada. Café, suco de laranja e carne de porco, amplamente consumido nos EUA dependem em muito do Brasil. Por outro lado o Brasil não depende tanto dos EUA, pois há outros compradores para estes produtos. E não falta interesse no mercado internacional.

    E o Brasil, como se defenderá

    O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou que o “decreto da reciprocidade”  com medidas contra o tarifaço de Trump deve sair até amanhã (15). o decreto permite que o governo brasileiro possa determinar tarifas iguais a de outros países em resposta a ataques como este. E outras medidas também podem ser tomadas. Agora é aguardar para ver o que o governo vai publicar.

    Mas o caminho deve ser o pior possível para Trump, o governo brasileiro tentará ganhar tempo negociando com ele e até aceitando alguns acordos, enquanto abre novos mercados e diminui ainda mais o comércio com os EUA.

    Donald Trump não tem apoio total dos EUA em tarifas contra o Brasil.

    Negociações e diplomacia

    Existe grande espaço para negociações sim, todas elas determinadas por Donald Trump que se coloca como o dono da bola, do campo e do estádio. É padrão de Trump impor tarifas a serem implementadas depois de um prazo, para que durante este prazo ele consiga chantagear o país e conseguir benefícios.  Funciona mais ou menos assim: se ele quer colocar tarifas de 15% ele anuncia tarifas de 40% ou 50%, depois negocia uma série de vantagens para baixar a tarifa para um patamar menor, na verdade no valor que ele sempre quis. Mas este padrão já é conhecido pelo mundo.

    Já o caminho natural da diplomacia não existe mais. Trump prefere discutir nas redes sociais. Ignora protocolos e deixa diplomatas como meros peões em um tabuleiro de xadrez. 

    Política 

    Se for para haver algum tipo de resultado positivo ou negociado, isso realmente terá que acontecer no âmbito comercial“, afirma Zúñiga,  ex-conselheiro do governo Barack Obama e hoje sócio-fundador da consultoria Dinámica Americas.

    Já no Brasil há dois caminhos, o que assegura a soberania nacional, que parece ser o firme propósito do governo e tem o apoio da maioria da população e o caminho defendido pelo clã Bolsonaro e seus seguidores, que é o de atender a Trump. Segundo publicações de Bolsonaro, a anistia, que o livra de uma condenação no STF por suposta tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, seria a forma mais vantajosa para o Brasil, trazendo paz para a economia.

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  • Trump enviou um presente a Lula

    Trump enviou um presente a Lula

    Trump enviou um presente a Lula

    Desde que assumiu seu novo mandato o presidente dos EUA, Donald Trump vem adotando uma postura de chantagem com diversos países do mundo, que são parceiros comerciais dos EUA. A maneira com que faz isso varia entre manter ou retirar o apoio bélico em conflitos, ou impor altas taxas as importações de produtos destes países, sobre o pretexto de fortalecer a economia americana, trazer de volta aos EUA empresas estadunidenses que hoje produzem fora do país e finalmente, desequilibrar a balança comercial dando vantagens aos EUA.

    A estratégia tem surtido resultados sim, conseguindo uma maior arrecadação no comércio exterior, chamada de superávit.

    Desde que Donald Trump reassumiu a presidência dos EUA em janeiro de 2025,  sua estratégia de taxas e negociações sob chantagem gerou receitas alfandegárias superiores a US$ 100 bilhões entre janeiro e junho de 2025, o que representa uma das maiores arrecadações já registradas nesse período.

    Nem tudo tem sido vitória aos EUA. Na verdade um novo desenho mundial começa a ser formado com países fazendo novos acordos comerciais e também com a queda do dólar em diversos mercados.

    Donald Trump enfrenta forte oposição nos EUA, pois suas medidas com taxações tem prejudicado a indústria nacional. A perda do apoio de Elon Musk é um exemplo desta resistência, por parte de quem não vê a política de Trump como segura para as grandes corporações.

    Nem todas as ações de Trump foram vitoriosas, especialmente contra a China, que de forma geral ganhou durante as negociações e abriu novos mercados e parceiros comerciais, após a grande taxação de Trump.

    Em carta enviada ao presidente Lula, de forma aberta, pelas redes sociais, abandonando todos os canais diplomáticos tradicionais, Donald Trump rompeu os padrões anteriores que anunciavam taxas a partir de uma visão de mercado e taxou o Brasil a partir de uma visão política. Seu argumento sobre equilíbrio e justiça na balança comercial entre EUA e Brasil, colocando o Brasil como um país que lucrava sobre os EUA não se sustentou sobre os dados divulgados, deixando Trump como um mentiroso ou desinformado.

    Em relação ao superávit comercial, os dados mais recentes mostram que os EUA mantêm superávit com o Brasil, contrariando a alegação de Trump de que a balança comercial seria desfavorável. Por exemplo:

    • 2020: +US$ 6,9 bilhões
    • 2021: +US$ 8,2 bilhões
    • 2022: +US$ 13,9 bilhões
    • 2023: +US$ 1 bilhão
    • 2024: +US$ 300 milhões

    Ao enviar uma carta com chantagem política tentando interferir no processo contra Jair Bolsonaro e outros, que está sob julgamento no STF, Trump enviou ao presidente Lula um grande presente político.

    O presente de Trump

    Lula tem enfrentado, desde o início de seu governo, problemas de comunicação com a população brasileira e tem obtido taxas de rejeição altas para um projeto de governo. A polarização política no Brasil, entre PT e aliados, contra a família Bolsonaro e aliados, tem sido um dos principais problemas enfrentados.

    Com a carta de Trump citando explicitamente a defesa dos EUA à Bolsonaro como motivação para taxar e prejudicar os brasileiros, houve a compreensão de que a ação da família Bolsonaro junto ao governo americano, trás ao país uma perda e uma agressão a soberania nacional, que não pode ser aceita passivamente pelos brasileiros.

    Nas redes sociais nota-se uma grande mudança em comentários a qualquer postagem sobre política internacional envolvendo o tema, com maior expressão daqueles que desaprovam as ações da família Bolsonaro junto aos EUA.

    O ex-ministro Maílson que esteve à frente do Ministério da Fazenda de 1988 a 1990, durante o governo de José Sarney, declarou que Lula precisa ter “calma” e “serenidade” para lidar com o imbróglio envolvendo o presidente dos EUA. Nobrega ainda afirma que a carta de Trump “prejudica os interesses da direita”, pois, na sua visão, não há como culpar Lula pela elevação tarifária. O ex-ministro responsabiliza Bolsonaro. Pois um dos filhos do ex-presidente, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está nos EUA.

     
    Há várias indicações de que foi uma coisa arquitetada pelo clã de Bolsonaro, que mandou o filho [aos EUA] para isso”, afirma Mailson da Nobrega, que não está sozinho posição. A mesma postura tem ocorrido com manifestações de países como a China, que recentemente declarou o tarifaço do presidente americano é um instrumento de coerção que ele utiliza para intimidar outros países.

    Donald Trump tenta chantagear o STF com tarifas sobreo Brasil.

    O Ministério do Comércio da China destacou que segue “de portas abertas” para “compartilhar desenvolvimento com o resto do mundo“.

    Não é apenas a China, mas uma grande quantidade de países estão vendo a oportunidade de comprar do Brasil.

    Lula já declarou que foi convidado para encontros comerciais com países asiáticos para tratar de comércio.

    Não é especialmente um apoio a Lula e ao PT, mas sim um crescente distanciamento do clã Bolsonaro que o país está vivendo, após a carta de Trump e a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. 
    E isto é um grande presente para o governo brasileiro, que consegue agora unificar o pensamento do Brasil não na polarização política mas sim no enfrentamento de um chantagista internacional, que através de tachas e uso de poder econômico e militar está tentando impor uma agenda econômica de subserviência aos EUA. Enquanto o mundo caminha para outro lado. 
    Não há motivo para comemoração

    Embora possa encontrar vantagens políticas dentro de dinâmicas do poder no Brasil, não há motivos para comemorar. Pois a tarifa, uma vez em vigência (a partir do dia 1 de agosto), irá trazer prejuízos reais a diversos setores no Brasil e a diversos setores nos EUA. A chantagem de Trump tem consequências reais. É justamente por entender isso que setores como o do agronegócio começam a se afastar de Bolsonaro. O apoio que sempre veio do setor, agora prejudicado, começa a ser menor.

    Não se pode comemorar prejuízo, distanciamento em relações internacionais, perda de mercado. E tão pouco pode-se permitir manipulação, chantagem e agressão a soberania nacional. 

    O presente de Donald Trump é nefasto ao Brasil, é muito ruim para as relações exteriores, não é bom para os EUA. E talvez, com isto o brasileiro que sempre foi bom em transformar limão em limonada, deixe de brigar por clãs que desejam o poder e passem a brigar por um país realmente unido.

    O padrão Trump

    Donald Trump quebrou o padrão de tarifas ao colocar um componente político em sua carta de aviso de tachas contra o Brasil. Mas não quebrou seu padrão quanto a forma de agir. Em outros movimentos iguais ele elevou taxas para depois negociar. Normalmente “afagando o ego de seus oponentes”. E ele está fazendo isso agora. Em recentes declarações ele disse que em breve vai conversar com Lula. Disse que o presidente brasileiro é duro nas negociações e que é um homem honesto e justo. Tais declarações à mídia americana seguem o mesmo padrão e copiam algumas frases do que disse a respeito do líder da China, Xi Jinping, quando elevou as tarifas sobre aquele país.

    Muito além do STF

    Mas aqueles que acreditam que as reais motivações de Donald Trump para taxas de 50% de produtos brasileiros importados pelos EUA tem como único motivo uma amor incrível pela família Bolsonaro e um ódio pelo STF realmente não estão atentos ao cenário internacional.

    Os EUA tem perdido parte de sua influência no mercado mundial devido a ação da China e novas parcerias fechadas entre grupos econômicos modernos. Pouco os EUA pôde fazer contra a União Européia, por outro lado conseguiu influenciar o G7 e diminuir sua influência imponto ao grupo uma pauta mais ecológica do que econômica. Mas na América Latina o surgimento do Mercosul incomoda os EUA, mas Trump conseguiu avançar ao conquistar o coração de Milei, o que enfraquece o grupo. É claro que se Bolsonaro estivesse no poder, Trump teria uma vitória muito mais significativa na América Latina, desarticulando completamente o Mercosul.

    Mas o grande fantasma é o BRICS que se fortalece, inclusive depois das medidas de Donald Trump. O crescimento é grande, e o Brasil está a frente do grupo neste ano. A proposta de consolidar transações internacionais em moeda diferente do dólar tira o sono de Trump e coloca o reinado americano em xeque. Não é a toa que o anuncio desta taxa de 50% vem logo após a reunião do BRICS no Brasil, sob o comando brasileiro.

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  • Trump tacha produtos brasileiros em 50% – Entenda a medida e consequências

    Trump tacha produtos brasileiros em 50% – Entenda a medida e consequências

    Trump tacha produtos brasileiros em 50% – Entenda a medida e consequências

    A decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros marca um novo capítulo nas relações comerciais entre os dois países. O anúncio, feito pelo presidente Donald Trump em carta pública ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, surpreendeu autoridades e analistas, não apenas pelo valor elevado da tarifa, mas também pela justificativa política que a acompanha.

    Desde seu retorno à Casa Branca, Trump tem adotado uma política comercial agressiva, baseada em tarifas elevadas como instrumento de pressão. A estratégia, chamada por ele de tarifas recíprocas, visa corrigir o que considera desequilíbrios históricos nas relações comerciais dos EUA com diversos países. Inicialmente, o Brasil havia sido poupado das tarifas mais altas, recebendo uma alíquota de 10% em abril. No entanto, o cenário mudou radicalmente após o agravamento da crise política envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

    Tarifaço de Trump

    A nova tarifa de 50% é considerada extremamente alta por especialistas. Trata-se de uma medida punitiva que ultrapassa os padrões tradicionais de negociação comercial. Trump afirma que o objetivo é corrigir uma relação comercial que estaria longe de ser justa, embora os dados oficiais mostrem que os EUA têm superávit comercial com o Brasil. Na prática, o que Trump deseja é pressionar o governo brasileiro a rever sua postura em relação ao julgamento de Bolsonaro e, ao mesmo tempo, incentivar empresas brasileiras a produzirem em solo americano para escapar da tarifa. Mas existem outros objetivos neste ato tarifário.

    Ato Político

    A carta enviada por Trump ao presidente Lula mistura argumentos comerciais e políticos. O republicano critica duramente o Supremo Tribunal Federal brasileiro, acusando-o de censura e de perseguir Bolsonaro, a quem chama de líder respeitado. O julgamento do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado é classificado por Trump como uma caça às bruxas. Essa interferência direta em assuntos internos brasileiros gerou forte reação do governo, que convocou o encarregado de negócios da embaixada americana para prestar esclarecimentos.

    Impacto imediato

    O impacto econômico da tarifa será sentido em diversos setores. Produtos como carne bovina, suco de laranja, café e açúcar, que têm os Estados Unidos como destino relevante, podem perder competitividade. A indústria de sucos, por exemplo, estima prejuízos bilionários, e o setor de carnes teme queda nas exportações e desemprego. Para o consumidor comum, isso pode significar aumento de preços em supermercados americanos, já que muitos desses produtos são insumos básicos. No Brasil, o efeito pode ser indireto, com redução de receita para empresas exportadoras e pressão sobre o câmbio.

    O que o Brasil pode fazer

    Diante da medida, o Brasil tem à disposição a Lei da Reciprocidade Econômica, sancionada em abril. A legislação permite a adoção de contramedidas proporcionais contra países que imponham barreiras comerciais unilaterais. O governo brasileiro já sinalizou que poderá aplicar tarifas equivalentes sobre produtos americanos, embora diplomatas recomendem cautela para evitar uma escalada que prejudique ainda mais os dois lados

    Politicamente, a tarifa reacende tensões internas. Bolsonaro e seus aliados têm usado o apoio de Trump como argumento contra o STF e o governo Lula. A medida também pode ser explorada por setores da oposição como prova de que o Brasil está perdendo prestígio internacional. Por outro lado, o governo busca reforçar sua soberania e a independência das instituições, destacando que não aceitará pressões externas sobre decisões judiciais.

    Donald Trump determina uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros.

    A crise entre Brasil e Estados Unidos, portanto, vai além da economia. Ela expõe divergências profundas sobre democracia, soberania e o uso da política comercial como ferramenta de influência. E, como toda crise diplomática, seus desdobramentos ainda são imprevisíveis.

    Um tiro no pé

    A imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pode, sim, representar um tiro no pé para a economia dos Estados Unidos, especialmente em setores onde o Brasil é fornecedor dominante ou insubstituível.

    Do ponto de vista econômico, há três fatores principais que sustentam essa análise:

    1. Aumento de preços para o consumidor americano
      Produtos como café, suco de laranja, carne bovina e açúcar — amplamente importados do Brasil — tendem a ficar mais caros nos supermercados dos EUA. Isso pode gerar inflação alimentar e reduzir o poder de compra da população.

    2. Impacto sobre indústrias americanas que dependem de insumos brasileiros
      Setores como o de sucos e o de torrefação de café nos EUA dependem fortemente da matéria-prima brasileira. A tarifa pode elevar os custos de produção, reduzir margens de lucro e até provocar demissões.

    3. Desestímulo à competitividade e à eficiência
      Ao encarecer artificialmente produtos estrangeiros, os EUA podem proteger indústrias locais menos eficientes, mas isso ocorre às custas da inovação e da produtividade. Economistas alertam que esse tipo de política comercial pode gerar distorções e prejudicar o dinamismo da economia americana.

    Além disso, como já dissemos, há um dado que contradiz a justificativa de Trump: os EUA têm superávit comercial com o Brasil, ou seja, exportam mais do que importam. Isso enfraquece o argumento de que o Brasil estaria prejudicando a economia americana com práticas comerciais injustas. Donald Trump também tem adversários políticos nos EUA e isso poderá pressionar contra sua decisão.

    Em resumo, embora a tarifa seja apresentada como uma medida de proteção nacional, ela pode acabar prejudicando consumidores, empresas e até a própria competitividade dos EUA — o que justifica a percepção de que se trata de um tiro no pé.

    A questão é que Trump também sofre pressões internacionais, além das pressões internas. Quando o mesmo ocorreu com a China e com o Canadá a pressão interna foi suficiente para seu recuo. Mas estes são países de grande poder sobre a economia americana e com parcerias mundiais muito fortes. Agora, o Brasil terá que provar que soberania não é apenas um discurso político mas sim a real capacidade de responder a ameaças externas e tentativas de interferência em nossas políticas. 

    Nem tudo é o que parece

    É preciso desviar a atenção da economia imediata e da questão sobre Bolsonaro, para algo ainda mais importante para o Brasil e que tem atormentado Trump: o BRICS e a possibilidade real da criação de politicas monetárias internacionais sem o dólar como moeda principal. Isso dá grande poder as nações do BRICS e enfraquece os EUA. 

    Não é coincidência que o Brasil lidere o BRICS e que o ato de Trump ocorra dois dias depois da reunião BRICS no Brasil. O que leva a crer que as declarações de Trump na carta aberta, colocando a questão do Bolsonaro, seja apenas para desviar o foco da opinião pública sobre o assunto. A polarização política no Brasil impede uma união do país em torno de questões internacionais de maior interesse brasileiro, desviando o foco para questões de polarização política interna. Isso os EUA sabem fazer muito bem: controlar a opinião pública em países que ele deseja ter o domínio, aproveitando a polarização política e a desinformação.

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  • O que diz a nova autopsia de Juliana Marins, feita no Brasil

    O que diz a nova autopsia de Juliana Marins, feita no Brasil

    O que diz a nova autopsia de Juliana Marins, feita no Brasil

    A segunda autópsia realizada no corpo da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, reforçou o diagnóstico inicial feito na Indonésia: a jovem morreu em decorrência de múltiplos traumas causados por uma queda durante uma trilha no Monte Rinjani, em Lombok. O novo exame foi realizado no Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, no Rio de Janeiro, com a presença de peritos da Polícia Federal, Polícia Civil do Rio e um perito assistente indicado pela família.

    A iniciativa de repetir a necropsia partiu dos familiares de Juliana, que questionaram a falta de informações no laudo divulgado pelas autoridades indonésias logo após sua morte. A jovem foi encontrada sem vida após se distanciar de seu grupo em uma trilha que duraria dois dias.

    Segundo os legistas brasileiros, a causa da morte foi politraumatismo contundente, compatível com uma queda em terreno rochoso e inclinado. Lesões extensas foram identificadas nas regiões do tórax, pelve, crânio e membros. A análise foi realizada oito dias após o resgate do corpo, quando ele já havia sido embalsamado na Indonésia para viabilizar o translado ao Brasil, o que impôs uma série de restrições técnicas à nova avaliação.

    Tanto o laudo brasileiro quanto o feito em Bali descartaram hipotermia, desidratação ou desnutrição como causas da morte. Nenhum dos exames identificou sinais de agressão sexual, uso de drogas ou intoxicação. Também convergem na estimativa de que Juliana tenha morrido entre 10 e 20 minutos após o impacto, o que reforça a ideia de que a queda foi fatal.

    Entre as diferenças, está o grau de detalhamento possível. O exame realizado na Indonésia, por ter ocorrido com o corpo ainda íntegro, teve acesso mais preciso a tecidos e estruturas internas. Já a autópsia brasileira, apesar de contar com tecnologia avançada e ampla equipe, esbarrou na dificuldade de observar sinais típicos de morte por causas ambientais, como exaustão ou choque térmico. A presença de produtos químicos usados no embalsamamento também prejudicou testes toxicológicos e análise de líquidos corporais.

    Outro ponto em aberto é a dinâmica exata da queda. Testemunhas relataram que Juliana foi vista em mais de um ponto da montanha antes de desaparecer, o que alimenta a hipótese de múltiplas quedas. O laudo nacional não foi conclusivo quanto à ordem dos eventos, mas menciona escoriações e marcas de contato que indicam possível deslocamento do corpo pela encosta após o impacto inicial.

    Nova autópsia no Brasil confirma trauma por queda como causa da morte de Juliana Marins, mas limitações técnicas deixam pontos sem resposta.

     

    A família ainda questiona a resposta das autoridades locais. De acordo com os relatos do guia da trilha, houve demora no início das buscas e no acionamento de equipes de resgate após o desaparecimento. O Ministério das Relações Exteriores acompanha o caso, e a Defensoria Pública da União solicitou formalmente à Polícia Federal que investigue possível omissão de socorro por parte de agentes indonésios.

    O caso gerou forte mobilização pública no Brasil. Amigos e internautas cobraram mais rigor nas investigações, além de apoio consular mais ágil para brasileiros envolvidos em emergências no exterior. A repercussão reacendeu o debate sobre segurança em roteiros turísticos de risco e os protocolos internacionais de resgate em regiões remotas.

    Especialistas em direito internacional observam que, embora não haja indícios de crime até o momento, é possível que o caso venha a ser analisado em foros multilaterais, como cortes regionais de direitos humanos, dependendo da evolução da apuração e de eventuais responsabilizações formais por omissão.

    Embora a nova autópsia não traga uma virada definitiva no caso, ela reforça a tese de que a jovem morreu devido ao impacto da queda, sem envolvimento de terceiros. No entanto, as limitações técnicas e os vazios de informação seguem alimentando dúvidas sobre o que exatamente ocorreu nas horas finais de Juliana Marins no Monte Rinjani.

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  • Alexandre de Moraes é intimado pela Justiça dos EUA em ação movida por Trump Media e Rumble

    Alexandre de Moraes é intimado pela Justiça dos EUA em ação movida por Trump Media e Rumble

    Alexandre de Moraes é intimado pela Justiça dos EUA em ação movida por Trump Media e Rumble

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi alvo de uma intimação expedida pela Justiça dos Estados Unidos em uma ação cível movida pelas empresas Trump Media & Technology Group, ligada ao ex-presidente Donald Trump, e pela plataforma de vídeos Rumble. O caso tramita na Corte Distrital do Distrito Médio da Flórida sob o número 8:25-cv-00411-CEH-AAS. 

    O documento da intimação, datado de 7 de julho de 2025, ao qual esta reportagem teve acesso, (acesse aqui) segue o padrão oficial do sistema judiciário norte-americano e refere-se a um processo cível no qual as empresas alegam que o ministro teria violado direitos assegurados pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA, notadamente relacionados à liberdade de expressão.

    As alegações têm como base decisões do ministro Moraes que resultaram no bloqueio de contas de cidadãos e plataformas norte-americanas, como a do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que vive nos Estados Unidos desde 2021. Tanto a Trump Media quanto a Rumble alegam que tais bloqueios configurariam censura com impacto direto sobre empresas sediadas nos EUA, o que justificaria a jurisdição americana sobre o caso.

    A intimação foi endereçada formalmente ao ministro em seu domicílio no Brasil, na cidade de São Paulo. O documento informa que Moraes tem o prazo de 21 dias, a contar do recebimento oficial da intimação, para apresentar resposta à ação ou apresentar moções processuais de defesa. Caso contrário, o tribunal poderá proferir sentença à revelia, ou seja, sem ouvir o réu.

    Até o momento desta publicação, embora a intimação conste como registrada e emitida pela corte norte-americana, não há confirmação oficial de que ela já tenha sido entregue a Alexandre de Moraes. Isso é relevante, pois, segundo os tratados internacionais que regem a cooperação judicial entre países — como a Convenção da Haia — a entrega formal de documentos jurídicos a autoridades estrangeiras pode depender de uma série de trâmites diplomáticos e administrativos. Observe que o documento não está assinado, o que pode ser feito no momento da entrega.

    As possíveis consequências de uma eventual condenação à revelia pelo tribunal dos EUA dependem de diversas variáveis jurídicas. A mais imediata seria a imposição de sanções ou ordens válidas apenas dentro do território americano. Isso poderia incluir, por exemplo, a exigência de que provedores ou plataformas localizadas nos Estados Unidos ignorem as determinações do STF brasileiro no que diz respeito ao bloqueio de contas ou conteúdos.

    Contudo, especialistas em direito internacional apontam que tais decisões não têm efeito automático no Brasil. Como autoridade de um Poder da República, o ministro Alexandre de Moraes não pode ser compelido a comparecer perante tribunais estrangeiros, tampouco há mecanismos legais que obriguem o Estado brasileiro a cumprir sentenças cíveis proferidas por cortes dos EUA contra ministros em função.

    Ministro do STF, Alexandre de Moraes recebe nova intimação da Justiça Americana.

    Por outro lado, uma decisão da Justiça americana pode sim ter efeitos simbólicos e políticos significativos. Um julgamento desfavorável a Moraes — ainda que limitado à jurisdição americana — pode ser usado por adversários políticos como instrumento de crítica à atuação do STF no combate à desinformação e ao discurso de ódio nas redes.

    Além disso, pode haver consequências práticas para as relações jurídicas entre empresas americanas e instituições brasileiras. Caso tribunais nos EUA reconheçam abuso de autoridade ou censura indevida por parte de autoridades brasileiras, isso pode abrir precedentes para novas ações de plataformas estrangeiras contra decisões judiciais do Brasil que interfiram em seu funcionamento.

    A ação é assinada por dois renomados escritórios de advocacia: Boies Schiller Flexner, representado pelo advogado E. Martin De Luca, e DLA Piper, por Caryn G. Schechtman. Ambos têm experiência em casos de alta complexidade envolvendo liberdade de expressão e disputas internacionais.

    Essa não é a primeira vez que Alexandre de Moraes é citado judicialmente nos Estados Unidos por suas decisões envolvendo redes sociais. Em ocasiões anteriores, plataformas como Twitter (hoje X) e Telegram também contestaram decisões do STF no judiciário americano, embora sem grandes desdobramentos até o momento.

    O caso, portanto, reabre o debate sobre os limites do poder das cortes nacionais frente ao ecossistema digital global, que frequentemente escapa às fronteiras físicas e jurídicas dos Estados. Resta agora observar se a intimação será formalmente entregue a Moraes, e como o ministro — ou o STF — responderá à ofensiva judicial promovida por empresas norte-americanas.

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  • Trump ameaça países que se alinhem ao Brics com tarifa de 10%

    Trump ameaça países que se alinhem ao Brics com tarifa de 10%

    Trump ameaça países que se alinhem ao Brics com tarifa de 10%

    Em meio à reunião de cúpula do Brics, que ocorre no Rio de Janeiro, o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ameaçou taxas extras a produtos de países que se alinhem ao grupo, formado por 11 nações, entre elas Brasil Rússia Índia, China e África do Sul. A publicação foi feita em seu perfil na rede Truth Social.

    “Qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do Brics será taxado com tarifa extra de 10%. Não haverá exceções a essa política. Obrigado pela atenção em relação a essa questão”, escreveu Trump.

    Em sua declaração de líderes, divulgada no domingo (6), o Brics criticou medidas protecionistas adotadas no comércio global. 

    “Reiteramos nosso apoio a um sistema multilateral de comércio baseado em regras, aberto, transparente, justo, inclusivo, equitativo, não discriminatório e consensual, com a OMC em seu núcleo, com tratamento especial e diferenciado (TED) para seus membros em desenvolvimento”, destaca a declaração do Brics.

    Trump, que assumiu em janeiro deste ano, anunciou, logo no início de seu mandato, aumento de tarifas sobre produtos importados, o que gerou críticas e respostas de vários países.

    Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, compõem o Brics a Arábia Saudita, o Irã, os Emirados Árabes, a Indonésia, o Egito e a Etiópia. Mais dez países são parceiros do grupo: Bielorrússia, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.

    Vou taxar!

     

    EUA correm diversos riscos com o fortalecimento do BRICS, pois os países que fazem parte estão exercendo de forma mais livre o comércio entre eles e entre o bloco e outros países que não fazem parte do BRICS. Isso diminui a influência dos EUA sobre o comércio mundial e permite que as nações cresçam de forma mais independente. É isso que Donald Trump quer evitar, mas no momento a sua única arma é o uso de tarifas, que como ele mesmo já experimentou recentemente, dá alguns resultados, mas não o que ele espera.  China e Russia desequilibram a balança a favor do BRICS e a Índia é um país que ancora produções que algumas empresas americanas incomodadas com Trump, mostram interesse em se estabelecer naquele país.

    Outro problema que Trump enfrenta é a questão política e monetária dos EUA. Queda recente do dólar em países do BRICS como no Brasil, onde o dólar chegou ao patamar mais baixo nas últimas semanas, e também o anúncio de Elon Musk de fundar um novo partido nos EUA.

    Sim, o poder de Trump é grande e as tarifas tem efeitos, sem dúvida. Mas não o efeito que assustou o mundo a alguns meses e nem o efeito econômico que ele esperava, nos EUA. Um último fator a esta forma de agir do Trump é que indústrias americanas e produtos de consumo são importados. Então a população americana e as indústrias não estão satisfeitas com esta política.

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  • BRICS: Esvaziamento ou contingências

    BRICS: Esvaziamento ou contingências

    BRICS: Esvaziamento ou contingências

    A cúpula do BRICS se reuniu hoje, no Rio de Janeiro, parte da imprensa nacional e internacional destacou a ausência de líderes importantes como um indicativo de enfraquecimento do bloco. No entanto, uma análise mais profunda revela que essas ausências se devem, em grande parte, a contextos específicos de cada país — e não a uma crise de legitimidade da organização.

    O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não comparecerá ao encontro devido a um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), relacionado à guerra na Ucrânia. Como o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, haveria uma obrigação legal de detê-lo caso ele viesse ao país. Para contornar a situação e manter a participação russa, Putin participará da reunião por videoconferência, enquanto o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, representará o país presencialmente. A ausência, portanto, é de ordem jurídica, não política.

    No caso da China, o presidente Xi Jinping optou por não comparecer, mas enviou o primeiro-ministro Li Qiang como representante. Embora o governo chinês não tenha divulgado publicamente o motivo da ausência de Xi, analistas apontam que questões internas e tensões internacionais podem ter pesado na decisão. Mesmo assim, a presença de Li indica que a China segue comprometida com a agenda do BRICS.

    O Irã, recém-incorporado ao bloco, também estará ausente em razão de seu cenário interno e externo. O país foi alvo recente de bombardeios de Israel e dos Estados Unidos, o que dificultaria a segurança do deslocamento do presidente Masoud Pezeshkian, recém-eleito. A situação delicada justifica sua ausência na cúpula.

    Já o Egito, outro novo integrante do BRICS, será representado por sua delegação diplomática. O presidente Abdel Fattah al-Sisi decidiu permanecer no país para acompanhar de perto as negociações de cessar-fogo em Gaza, tema de alta prioridade para o governo egípcio. Em um momento de tensão no Oriente Médio, a permanência do presidente no Cairo é vista como compreensível e estratégica.

    Apesar dessas ausências de peso, os países em questão enviaram representantes de alto escalão para participar das discussões, o que reforça o comprometimento com o bloco. Além disso, o grupo conseguiu superar dois impasses relevantes na formulação do comunicado conjunto que será divulgado ao final da cúpula: o posicionamento do Irã sobre o conflito entre Israel e Palestina e a reforma do Conselho de Segurança da ONU.

     

    Com relação ao primeiro ponto, o Irã cedeu à pressão do grupo e aceitou a inclusão de uma menção à solução dos dois Estados, como forma de superar o conflito no Oriente Médio — ainda que essa postura contradiga, em parte, posicionamentos históricos de Teerã. No segundo ponto, o Brasil obteve apoio de China e Rússia à sua aspiração por um assento permanente no Conselho de Segurança, um reconhecimento diplomático importante para o Itamaraty.

    A presença de líderes e representantes de organizações multilaterais, como a Organização Mundial da Saúde, a Organização Mundial do Comércio e as Nações Unidas, reforça o peso geopolítico do BRICS, especialmente num contexto em que o bloco busca se consolidar como alternativa às estruturas tradicionais lideradas pelo Ocidente.

    Portanto, embora a ausência de chefes de Estado tenha impacto simbólico, os fatos demonstram que o BRICS continua operante e ambicioso. A continuidade das negociações, o envio de representantes relevantes e a superação de impasses internos revelam um bloco em amadurecimento, não em declínio. A narrativa de esvaziamento pode não resistir a uma análise mais cuidadosa dos acontecimentos.

    Temas importantes estão sendo superados na reunião e deverá gerar uma declaração final de compromissos e resoluções após o término do evento. É este documento que interessa, pois os países participantes, com seus governantes ou representantes, assinam este documento e som ele se comprometem.

    Outra compreensão importante é que os temas mais tensos a serem discutidos, claramente apresentam circunstâncias que precisam de negociações, por isso se reúnem. Se todos só concordassem, não seria preciso se reunir. É a capacidade de superar estas diferenças e atuar como um bloco, que dá maior poder aos países do BRICS.

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  • Elon Musk lança o “Partido da América” e promete abalar o sistema político dos EUA

    Elon Musk lança o “Partido da América” e promete abalar o sistema político dos EUA

     Elon Musk lança o “Partido da América” e promete abalar o sistema político dos EUA

    Neste sábado, 5 de julho de 2025, o bilionário Elon Musk surpreendeu o mundo político ao anunciar oficialmente a criação de um novo partido nos Estados Unidos: o Partido da América (“America Party”). A iniciativa, revelada em sua rede social X (antigo Twitter), marca uma guinada decisiva na trajetória do empresário, que rompeu recentemente com o presidente Donald Trump e agora se posiciona como um adversário direto tanto dos republicanos quanto dos democratas.

    Por que Musk criou um novo partido?

    O estopim para a criação do Partido da América foi a aprovação, pelo Congresso dos EUA, de um megapacote fiscal proposto por Trump. O projeto prevê cortes em áreas sociais e ambientais, redução de impostos para grandes corporações e aumento de gastos com defesa e controle migratório. Musk, que antes ocupava um cargo no governo como chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), classificou o pacote como “insano” e “destrutivo”, acusando o sistema político de levar o país à falência por meio de desperdício e corrupção.

    Em resposta, Musk lançou uma enquete no X no feriado de 4 de julho, perguntando aos seus seguidores se desejavam um novo partido político. Com mais de 1,2 milhão de votos, 65% disseram “sim”. No dia seguinte, ele anunciou: “Com uma margem de 2 para 1, vocês querem um novo partido — e vocês terão!”.

    O propósito do Partido da América

    Segundo Musk, o objetivo do novo partido é “devolver a liberdade ao povo americano” e romper com o que ele chama de “sistema de partido único disfarçado de democracia”. Em suas palavras: “Vivemos em um sistema unipartidário, não em uma democracia. O Partido da América foi criado para devolver a vocês a liberdade”.

    Musk afirma que tanto republicanos quanto democratas estão comprometidos com os mesmos vícios: gastos excessivos, corrupção e políticas que favorecem elites políticas e econômicas. Ele propõe uma alternativa que represente os interesses dos cidadãos comuns, com foco em eficiência governamental, inovação tecnológica e responsabilidade fiscal.

    Declarações polêmicas e rompimento com Trump

    O anúncio do novo partido também marca o ponto final da relação entre Musk e Trump. Após investir centenas de milhões de dólares na campanha republicana de 2024, Musk rompeu com o presidente em maio, criticando duramente suas políticas econômicas. Em retaliação, Trump ameaçou cortar subsídios federais às empresas de Musk, como a Tesla e a SpaceX, e chegou a insinuar a possibilidade de deportá-lo, já que Musk nasceu na África do Sul.

    A tensão entre os dois escalou rapidamente, com Musk prometendo financiar campanhas contra parlamentares que apoiaram o pacote fiscal de Trump. “Será muito divertido”, escreveu ele ao pedir sugestões para o lançamento oficial do partido.

    Elon Musk

    Como o Partido da América pretende atuar na prática?

    Apesar do impacto do anúncio, Musk deixou claro que não pretende se candidatar à presidência — até porque, por não ser cidadão americano nato, ele é inelegível para o cargo. Em vez disso, o Partido da América terá uma estratégia mais cirúrgica: conquistar cadeiras no Congresso, especialmente em distritos-chave, para se tornar o fiel da balança nas votações legislativas.

    A ideia é aplicar o que Musk chamou de “força extremamente concentrada em um ponto preciso do campo de batalha”, ou seja, investir pesadamente em campanhas pontuais que possam alterar o equilíbrio de poder no Legislativo. Com isso, o partido poderia influenciar diretamente a aprovação ou rejeição de projetos de lei, mesmo sem ocupar a Casa Branca.

    Além disso, Musk já sinalizou que está disposto a usar sua fortuna pessoal para financiar candidatos alinhados com os princípios do partido. Em eleições anteriores, ele foi o maior doador individual, com mais de US$ 290 milhões investidos em campanhas.

    O que isso significa para o eleitor?

    Para o eleitor americano, a criação do Partido da América representa uma tentativa ousada de romper com o tradicional bipartidarismo. Embora partidos alternativos já tenham surgido no passado, poucos conseguiram se manter relevantes por muito tempo. No entanto, com o poder financeiro e a influência midiática de Musk, este novo movimento pode ter um impacto real.

    Na prática, os eleitores poderão ver candidatos do Partido da América disputando cadeiras na Câmara e no Senado já nas eleições de meio de mandato em 2026. Musk afirmou que o partido será lançado oficialmente “no ano que vem”, sugerindo que a legenda estará ativa a tempo de participar do próximo ciclo eleitoral.

    Ainda é cedo para prever o sucesso do novo partido, mas uma coisa é certa: Elon Musk entrou de vez no jogo político, e promete não ser apenas um espectador.

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  • Lula diz que Brics é fiador de um futuro promissor

    Lula diz que Brics é fiador de um futuro promissor

    Lula diz que Brics é fiador de um futuro promissor

    O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou neste sábado (5) que o Brics segue como “fiador de um futuro promissor”. A afirmação foi feita durante abertura do Fórum Empresarial do Brics, no Rio de Janeiro.

    “Durante do ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional. Os Brics seguem como fiador de um futuro promissor”, disse Lula.

    O Brics funciona como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas e reúne 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

    Segundo Lula, esses países podem liderar um novo modelo de desenvolvimento pautado em agricultura sustentável, indústria verde, infraestrutura resiliente e bioeconomia.

    “Nossos países já estão entre os maiores investidores de energia renovável do planeta. Há imenso potencial para ampliar a produção de biocombustíveis, baterias, placas solares e turbinas eólicas. Possuímos minerais estratégicos essenciais para a transição energética”.

    Lula disse ainda que fortalecimento do complexo industrial da saúde “amplia o acesso a medicamentos e é fundamental para superar doenças socialmente determinadas que afligem os mais vulneráveis”.

    Em seu discurso, o presidente brasileiro também defendeu uma governança multilateral sobre a inteligência artificial (IA).

    “A inteligência artificial traz possibilidades que há poucos anos sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor”.

    Ele também aproveitou seu discurso para falar sobre os conflitos internacionais. Segundo ele, a cúpula do Brics certamente apontará soluções para essa situação.

    “Ao invés de barreiras, promovemos integração. Contra a indiferença, construímos a solidariedade”.

    Fórum

    O Fórum Empresarial do Brics discute, ao longo deste sábado, o papel do setor produtivo na busca de um desenvolvimento econômico sustentável. Entre os temas debatidos estão comércio e segurança alimentar, transição energética, descarbonização, economia digital e inclusão financeira.

    Os 11 países que integram o Brics somam quase metade da população mundial, 40% da economia global e mais de 20% do comércio mundial.

    Em termos de recursos naturais, os membros do grupo concentram cerca de 70% das reservas de terras raras, mais de 40% da produção de petróleo e quase 80% da produção de carvão mineral.

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