Hoje é dia daquelas que cuidam da alimentação de nossos filhos
Todos os dias, antes mesmo do sinal tocar, milhares de mulheres já estão de avental, mãos na massa e coração aberto. São elas, as merendeiras escolares, que com dedicação, afeto e talento, alimentam não apenas o corpo, mas também o bem-estar e a aprendizagem de milhões de crianças e adolescentes.
No Paraná, mais de 4 mil cozinheiras e cozinheiros atuam em mais de 2 mil escolas estaduais, preparando diariamente mais de 1,5 milhão de refeições. Em colégios de meio período, são três refeições por dia; nos integrais, cinco. Por trás de cada prato servido, há cuidado, técnica e, acima de tudo, amor.
A maioria dessas profissionais são mulheres — muitas delas imigrantes, como as cubanas que hoje integram a equipe do Colégio Estadual Leôncio Correia, em Curitiba. Mabel Antunes Vazquez, por exemplo, era professora e empresária em Cuba. No Brasil, encontrou na cozinha escolar um novo propósito. “Aprendemos todos os dias”, diz ela. “Me sinto realizada com o reconhecimento dos alunos e por estar próxima da família.”
Ao lado de Mabel, outras conterrâneas com formação em áreas como Informática e Comunicação Social também se reinventaram como merendeiras. Com apoio da comunidade escolar, buscam validar seus diplomas no Brasil — um exemplo de como a escola pública pode ser espaço de acolhimento e transformação.
Joseli Chiquitti, que veio da área de restaurantes, se emociona ao ver a alegria dos alunos diante da comida. Ivani Souza, há 14 anos na função, resume o segredo do sucesso: “O segredo é cozinhar com amor. Até quem não gosta de cebola acaba gostando”, brinca.
4 mil cozinheiras cuidam da alimentação escolar no Paraná
Foto: Lucas Fermin/SEED-PR
Essas mulheres não apenas executam cardápios elaborados por nutricionistas — elas os transformam em experiências afetivas. São também fonte de informação valiosa sobre o que os alunos gostam ou rejeitam, ajudando a aprimorar continuamente a alimentação escolar.
Em 2024, um concurso estadual reuniu 524 receitas criadas por merendeiras. Cem delas foram selecionadas para um livro assinado pela chef paranaense Manu Buffara, reconhecida mundialmente. A receita vencedora — charuto recheado com arroz cozido em caldo de feijão — foi criada por Clarice Iaciuk Costa Rosa, de Prudentópolis, cidade com a maior colônia ucraniana do Brasil e Capital Nacional do Feijão Preto. Clarice ouviu os alunos, pesquisou a cultura local e criou um prato que é puro afeto em forma de comida.
Neste 30 de outubro, Dia da Merendeira Escolar, o que se celebra não é apenas uma profissão. É um gesto diário de cuidado com a infância, com a educação e com o futuro. Que cada colher servida por essas mãos generosas continue sendo um ato de amor e resistência.
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