Adeus ao mestre do humor inteligente: morre Luis Fernando Veríssimo aos 88 anos
Na madrugada de 30 de agosto de 2025, o Brasil se despediu de um dos seus escritores mais queridos e versáteis: Luis Fernando Veríssimo. O autor faleceu aos 88 anos, em Porto Alegre, vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia. Internado desde o dia 11 de agosto no Hospital Moinhos de Vento, Veríssimo enfrentava uma série de problemas de saúde nos últimos anos, incluindo um AVC, câncer na mandíbula e Parkinson.
Filho do consagrado romancista Erico Veríssimo, Luis Fernando construiu uma trajetória literária própria, marcada por crônicas bem-humoradas, contos afiados e uma capacidade rara de transformar o cotidiano em reflexão. Com mais de 80 livros publicados e cerca de 5,6 milhões de exemplares vendidos, ele se tornou um dos autores mais populares da literatura brasileira contemporânea.
Obras que fizeram história
Entre seus títulos mais emblemáticos está O Analista de Bagé (1981), que satiriza o universo da psicanálise com um personagem gaúcho rústico e hilário. A primeira edição esgotou em apenas uma semana, revelando o apelo imediato de seu humor refinado.
Outro destaque é As Mentiras que os Homens Contam, uma coletânea de contos que explora com ironia e sensibilidade as pequenas farsas do cotidiano masculino. Já Comédias da Vida Privada, adaptado para a televisão nos anos 1990, consolidou seu nome entre leitores e espectadores, com histórias que misturam crítica social e leveza narrativa.
Veríssimo também foi colunista de jornais como O Globo, Zero Hora e O Estado de S. Paulo, onde sua escrita afiada comentava política, esportes e cultura com uma mistura de sarcasmo e ternura. Além da literatura, era apaixonado por música, especialmente jazz, e tocava saxofone com entusiasmo.
Luis Fernando Veríssimo
Legado e influência
Luis Fernando Veríssimo deixa um legado que transcende gêneros literários. Sua escrita acessível, mas nunca superficial, conquistou leitores de todas as idades. Com humor, inteligência e empatia, ele soube rir do Brasil sem perder o afeto por suas contradições.
Mais do que um cronista, Veríssimo foi um observador atento da alma brasileira. Seu estilo, marcado por frases curtas e impacto imediato, influenciou gerações de escritores e jornalistas. E mesmo calado — como gostava de se definir — falou muito sobre quem somos.
A literatura brasileira perde um de seus grandes nomes, mas suas palavras continuam vivas, circulando em livrarias, salas de aula e corações. Luis Fernando Veríssimo não apenas escreveu sobre a vida — ele a traduziu com graça e verdade.
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