China restringe mercado americano e Trump começa a enfrentar resistências internas
A guerra tarifária iniciada por Donald Trump recebeu forte resposta da China, que não se rendeu às suas ameaças, tarifou reciprocamente e tomou outras medidas para a restrição de venda de produtos aos EUA e também para a importação de produtos americanos. Agora a China dá outro passo nesta contraofensiva: O governo chinês ordenou às companhias aéreas do país que não façam mais encomendas de aviões da americana Boeing, em mais uma medida de retaliação aos Estados Unidos.
Mas esta decisão é mais um consequência do que uma medida retaliativa. As taxas impostas pela China sobre importações americanas, por si só, mais do que dobrariam o custo de aeronaves e peças fabricadas nos EUA, tornando inviável para as companhias aéreas chinesas aceitarem aviões da Boeing.
As ações da fabricante americana de aviões caíram até 4,6% no pregão pré-mercado após a Bloomberg News noticiar a medida chinesa. Até segunda-feira, as ações da Boeing já haviam caído 10% neste ano.

Resistência interna
Além das brigas que comprou com o mundo todo, não há aliados poupados por Trump, suas ações internas também tem enfrentado resistência.
Uma das mais respeitadas universidades do EUA, Harvard, se negou a obedecer exigências de Donald Trump, que tem pressionado universidade a reduzir políticas de inclusão e adotar uma agenda alinhada à do presidente. A instituição questiona legalidade das medidas governamentais.
Donald Trump, cujas cartas são o poder financeiro e bélico, anunciou nesta segunda-feira (14) o congelamento de cerca de US$ 2,3 bilhões (R$ 13,1 bilhões) em subsídios e contratos com a Universidade de Harvard.
Assim a geração de conhecimento através de pesquisas ficam em segundo plano, o que deve gerar aos EUA uma maior lentidão no campo do conhecimento, a médio prazo.
As exigências impostas a Harvard fazem parte de um esforço mais amplo para usar dinheiro público como forma de pressionar grandes instituições acadêmicas a seguir a agenda política de Trump e influenciar as políticas nos campi.
Bloqueios judiciais
Uma juíza federal bloqueou na segunda-feira 14 o cancelamento do status legal nos Estados Unidos de mais de 500 mil imigrantes da Venezuela, Cuba, Nicarágua e Haiti, um novo revés para o governo do presidente Donald Trump.
A decisão de uma juíza distrital em Boston representa a ordem judicial mais recente contra as medidas de Trump para ordenar deportações em massa, em particular de latino-americanos. Donald Trump já demonstrou desrespeito ao sistema judicial e a decisões deste tipo anteriormente, quando ignorou um decisão de deportação e enviou imigrantes em um vôo que a justiça havia barrado.
A resistência pela perda de confiança de Wall Street e de bilionários como Elon Musk e Jeff Bezos que iniciam afastamento do governo, após perdas substanciais, fará Trump sentir que o poder baseado em um dinheiro que ele comanda, mas que não é seu, é um poder que pode perder forças. Quanto ao judiciário, Trump já enfrentou o sistema uma vez após deixar a presidência dos EUA, em seu primeiro mandato, e quase acabou preso. Provavelmente estaria preso se não fosse eleito. Agora ele está arriscando o mesmo, mas é claro que ele aprendeu uma lição simples, se for presidente é intocável, então deverá se esforçar para permanecer na Casa Branca por mais de um mandato. Por isso já tem planos de aprovar leis que favoreçam uma reeleição.
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