Caminhada pela Anistia reúne apoiadores de Bolsonaro em Brasília
A capital federal foi palco de mais uma mobilização política nesta terça-feira (7), quando milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram no Complexo Cultural da República para a chamada “caminhada pela anistia”. O ato teve como objetivo pressionar o Congresso Nacional a aprovar medidas que beneficiem os condenados pelos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Participações de peso e clima de campanha
Organizado pelo pastor Silas Malafaia, o evento contou com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e de deputados como Nikolas Ferreira (PL-MG), Hélio Lopes (PL-RJ), Alberto Fraga (PL-DF) e Joaquim Passarinho (PL-PA). Com discursos inflamados e apelos à “justiça verdadeira”, os líderes bolsonaristas reforçaram a narrativa de que os envolvidos nos atos de 8 de janeiro foram vítimas de perseguição política.
Números controversos de público
A estimativa de público se tornou um dos pontos mais controversos do evento. Segundo os organizadores, cerca de 10 mil a 30 mil pessoas teriam participado, com base em cadastros feitos junto à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Já o Monitor do Cebrap e a ONG More in Common, que acompanharam o ato, estimaram um público de aproximadamente 4 mil pessoas no horário de pico.
A discrepância entre os números levantou questionamentos sobre a real força de mobilização da direita bolsonarista em um momento de desgaste político. A ausência de uma contagem oficial por parte da Polícia Militar contribuiu para a especulação.
O impacto no debate legislativo
O evento ocorre em meio à estagnação do projeto original de anistia ampla, geral e irrestrita, que perdeu apoio no Congresso. Em seu lugar, surgiu o chamado PL da dosimetria, que propõe redução de penas para os condenados, sem conceder perdão total.
Com números controversos, o público foi menor que o esperado.
Silas Malafaia criticou duramente essa alternativa, afirmando que “dosimetria é conversa fiada para boi dormir” e que o papel do Congresso é “conceder anistia”. Já parlamentares governistas ironizaram o ato, classificando-o como um “fiasco” e afirmando que o projeto “perde força a cada dia”.
Apesar das críticas, a caminhada reacendeu o debate sobre a proporcionalidade das punições e o papel do Legislativo na revisão das sentenças. O relator do projeto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), adiou a apresentação do parecer, e ainda não há previsão de votação.
Um gesto simbólico ou uma virada de jogo?
Embora o número de participantes tenha sido inferior ao esperado, o evento serviu como termômetro da base bolsonarista e como tentativa de reposicionamento político. A presença de figuras públicas e o apelo emocional dos discursos podem influenciar setores do Congresso, especialmente os parlamentares indecisos.
A “caminhada pela anistia” mostrou que, mesmo com menor capacidade de mobilização, a direita segue ativa e disposta a disputar narrativas — dentro e fora do Parlamento.
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