Categoria: BRASIL

  • Bolsonaro nega ter descumprido proibição de uso de redes sociais

    Bolsonaro nega ter descumprido proibição de uso de redes sociais

    Bolsonaro nega ter descumprido proibição de uso de redes sociais

    A defesa de Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (22) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente não descumpriu a medida cautelar que proíbe o uso de redes sociais, incluindo postagens de suas falas em perfis de terceiros.

    A manifestação da defesa foi motivada pela decisão do ministro, que, nesta segunda-feira (21), deu prazo de 24 horas para Bolsonaro explicar o descumprimento da cautelar, uma das medidas impostas contra ele na semana passada. O descumprimento pode levar à prisão preventiva de Bolsonaro.

    Na tarde de ontem, Bolsonaro exibiu a tornozeleira eletrônica e deu entrevista ao visitar a Câmara dos Deputados, e as imagens foram publicadas em diversos perfis nas redes sociais e na imprensa. O uso do equipamento faz parte de outra medida estabelecida contra o ex-presidente.

    Os advogados de Bolsonaro afirmaram que o ex-presidente não tem controle sobre postagens realizadas por terceiros e pediram que o ministro esclareça se sua decisão envolve a proibição da concessão de entrevistas.

    “Desta forma, ao tempo que refuta veementemente qualquer descumprimento, o ora embargante, a fim de que não haja qualquer equívoco na compreensão da extensão pretendida pela medida cautelar imposta, por meio dos presentes embargos, requer que a decisão seja esclarecida, a fim de precisar os exatos termos da proibição de utilização de mídias sociais, esclarecendo, ademais, se a proibição envolve a concessão de entrevistas”, diz a defesa.

     

    Na sexta-feira (18), as medidas cautelares foram determinadas no inquérito no qual o filho do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, é investigado por sua atuação junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visando promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo e tentar barrar o andamento da ação penal sobre a trama golpista.

    Confira as medidas determinadas contra Bolsonaro:

    • Uso de tornozeleira eletrônica;
    • Recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 6h, de segunda a sexta-feira, e integral nos fins de semana e feriados;
    • Proibição de aproximação e de acesso a embaixadas e consulados de países estrangeiros;
    • Proibição de manter contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras;
    • Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.
    • Proibição de manter contato com Eduardo Bolsonaro e investigados dos quatro núcleos da trama golpista.

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  • Indústria americana processa Trump

    Indústria americana processa Trump

    Indústria americana processa Trump

    Longe de ser um unanimidade entre os americanos, mesmo os seguimentos que o apoiaram, passaram a se distanciar do governo após as práticas de Donald Trump contra imigrantes e taxas internacionais. O prejuízo para indústrias, tanto em mão de obra (muitos eram imigrantes) quanto em matéria prima importada, tem prejudicado o mercado interno nos EUA.

    O café da manhã americano é ícone nacional. Com panquecas encharcadas em mel, bacon frito, café e suco de laranja, o americano inicia o seu dia. Mas as tarifas de Donald Trump sobre o Brasil colocam em cheque este momento sagrado.

    Uma distribuidora de suco de laranja nos Estados Unidos acionou a Justiça contra a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil anunciada pelo presidente Donald Trump.

    A sobretaxa está prevista para ser implementada em 1º de agosto. As empresas Johanna Foods e Johanna Beverages argumenta que o republicano usou um argumento na divulgação das taxas que não justifica a aplicação da sobretaxa sem a autorização do Congresso americano.

    A ação foi protocolada na última sexta (18) no Tribunal de Comércio Internacional dos EUA e pede que a corte reconheça que a tarifa foi aplicada de forma irregular e declare sua nulidade. É a primeira contestação de uma empresa americana às tarifas brasileiras.

    Na carta endereçada ao presidente Lula (PT), Trump diz que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sofre uma “caça às bruxas” no julgamento de que é alvo no Brasil acusado de tramar um golpe de Estado, entre outros.

    A razão apontada, que é política, e não comercial, é ilegal na visão de diversos economistas americanos, que já previam uma contestação em tribunais.

    A empresa alega que a “carta ao Brasil” não configura uma ação executiva válida, não é uma Ordem Executiva e não faz referência ou alteração a ordens previamente existentes, o que compromete sua legitimidade como ato oficial do governo.

    Além disso, a empresa afirma que o presidente não declarou emergência nacional nem apontou qualquer ameaça incomum ou extraordinária vinda do exterior que justificasse a imposição da tarifa com base na segurança nacional, política externa ou econômica.

    A companhia argumenta que, caso as sobretaxas entrem em vigor, ela teria os gastos com suco de laranja não concentrado importado do Brasil ampliados em cerca de US$ 68 milhões (R$ 380 milhões) no próximo ano. Segundo a empresa, caso as tarifas vão adiante, ela precisará aumentar os preços para o consumidor final em até 25%.

    “A tarifa do Brasil resultará em um aumento significativo -e possivelmente proibitivo- no preço de um alimento básico do café da manhã americano”, afirma a petição.

    A Johanna Foods alerta ainda para possíveis demissões, redução na produção e riscos à continuidade de suas operações, que sustentam cerca de 700 empregos nos estados de Nova Jersey e Washington.

    Na petição protocolada no tribunal, a empresa afirma ser responsável pela produção de sucos de fruta e bebidas e iogurtes e são fornecedores de suco a gigantes varejistas, como “Aldi, Walmart, Sam’s Club, Wegman’s, Safeway e Albertsons”.

     

    Donald Trump e o típico café dos americanos.

    A empresa também afirma ser responsável pelo fornecimento de 75% “de todo o suco de laranja não proveniente de concentrado de marca própria nos Estados Unidos” e também para dois dos maiores produtores de suco de laranja de marca no país.

    A companhia alega que a importação dos produtos brasileiros é fundamental para suas operações.

    Como mostrou a Folha de S.Paulo, o Brasil é hoje o maior produtor e exportador de suco de laranja do planeta, vendendo 95% de sua produção para o Exterior. Desse volume, 42% tem os Estados Unidos como destino.

    O diretor-executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto, disse que se a nova alíquota for levada adiante, representaria um aumento de 533% nos tributos.

    O Tribunal de Comércio Internacional dos EUA foi o mesmo que derrubou em 28 de maio a aplicação das tarifas globais de Trump. As sobretaxas foram reestabelecidas um dia depois por uma corte de apelação do país.

    No centro da disputa, está o embasamento de Trump para dar uma justificativa legal às suas tarifas: a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), de 1977. A norma, historicamente utilizada para sanções e embargos, tornou-se peça central na estratégia de Trump para aplicar sobretaxas a diversos países e já é alvo de contestação na Justiça.

    A IEEPA autoriza o presidente a agir diante de uma “ameaça incomum e extraordinária” vinda do exterior. Trump, no entanto, vem estendendo essa definição para justificar tarifas generalizadas, inclusive alegando que déficits comerciais ameaçam a prontidão militar americana.

     No caso específico do Brasil, a transgressão teria ficado mais evidente, na opinião de analistas, por ele deixar claro a motivação política na retaliação comercial.

    O argumento é que Trump teria excedido as prerrogativas que a legislação lhe confere para aplicar tarifas sem precisar do aval do Congresso Nacional.

    Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os Estados Unidos importam atualmente cerca de 90% do suco que consomem, sendo que o Brasil é responsável por aproximadamente 80% desse total. “Essa instabilidade ocorre justamente em um momento de boa safra no estado de São Paulo e Triângulo Mineiro: 314,6 milhões de caixas projetadas para 2025/26, crescimento de 36,2% frente ao ciclo anterior. Com o canal norte-americano sob risco, o acúmulo de estoques e a pressão sobre as cotações internas tornam-se prováveis”, avaliou a professora da Esalq/USP Margarete Boteon, pesquisadora da área de citros do Cepea.

    Quanto ao café, os Estados Unidos são o maior consumidor global do produto e importam cerca de 25% do Brasil, especialmente da variedade arábica, insumo essencial para a indústria local de torrefação. Como os Estados Unidos não produzem café, a elevação do custo de importação deve comprometer a viabilidade de toda a cadeia interna, que envolve torrefadoras, cafeterias, indústrias de bebidas e redes de varejo.

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  • Divergência no STF – Fux vota contra medidas sobre Bolsonaro

    Divergência no STF – Fux vota contra medidas sobre Bolsonaro

    Divergência no STF – Fux vota contra medidas sobre Bolsonaro

    As medidas recentes impostas a Jair Bolsonaro, incluem, entre outras, o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, afastamento de redes sociais, incomunicabilidade com outros acusados no processo que enfrenta no STF, como réu por tentativa de golpe e outras acusações.

    Os cinco juízes da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluíram na segunda-feira (21/07) a votação sobre as medidas restritivas propostas pelo ministro Alexandre de Moraes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    IMPACTO DA DIVERGÊNCIA

    Para o STF e para o processo contra Bolsonaro a divergência de Fux é benéfica, pois mostra um tribunal que está analisando cada etapa do processo com liberdade total entre os ministros. O que representa um fortalecimento institucional e não “uma caça às bruxas”.  Por outro lado a divergência tira o foco de Moraes como uma espécie de “comandante do STF”, imagem que foi criada em cada notícias que comunica decisões assinadas por ele.

    Para Bolsonaro, até o momento, nada muda. As sansões não apenas continuam ativas, como também o rigor da fiscalização do STF sobre seus atos. 

    Em um exemplo da continuidade das restrições e da exigência de seu cumprimento, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ontem (21/7) que a defesa de Jair Bolsonaro (PL) explique em até 24h, sob pena de prisão, por que o ex-presidente apareceu em um vídeo publicado horas antes nas redes sociais do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair.

    Nas imagens, o ex-presidente aparece mostrando a tornozeleira eletrônica e chamando o equipamento de “símbolo da máxima humilhação”.

    O questionamento feito por Moraes ocorre depois de o ministro ter determinado, mais cedo na segunda-feira, que Bolsonaro não apareça em áudios, vídeos e entrevistas, seja na imprensa, seja em redes sociais suas ou de terceiros.

    A ordem faz parte de um despacho em que detalhou sua decisão de sexta-feira (18), quando Moraes impôs medidas cautelares contra Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe e outras acusações.

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  • EUA vai desligar GPS no Brasil?

    EUA vai desligar GPS no Brasil?

    EUA vai desligar GPS no Brasil?

    A especulação de que os Estados Unidos poderiam cortar o sinal de GPS no Brasil surge em meio a uma escalada de sanções anunciadas pelo presidente Donald Trump, incluindo aumento de tarifas e revogação de vistos a autoridades brasileiras. Embora parte dessas medidas faça parte da retórica de retaliação política, a viabilidade técnica de “desligar” o GPS para um único país é altamente contestada.

    Como funciona o GPS

    O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é composto por uma constelação de satélites sob controle do Departamento de Defesa dos EUA. Cada satélite transmite um sinal de rádio com a sua posição e horário exato, baseado em relógios atômicos. Receptores na Terra calculam sua localização a partir da diferença entre o tempo de emissão e de recepção desses sinais. São necessários dados de ao menos quatro satélites para triangular com precisão latitude, longitude e altitude.

    É possível bloquear o GPS apenas no Brasil?

    Especialistas afirmam que o GPS transmite sinais globalmente e de forma unidirecional, sem segmentação por fronteiras. Para bloquear o sinal apenas no Brasil, seria necessário alterar a forma de transmissão de todos os satélites, o que impactaria outras regiões e até os próprios EUA. Por isso, considera-se improvável “desligar” o GPS seletivamente para um único país sem causar grandes interrupções globais.

    Técnicas de interferência e o fim
    da disponibilidade seletiva

    Embora seja improvável cortar o GPS globalmente para o Brasil, existem métodos de interferência local:

    • Jamming: emissão de ondas de rádio na mesma frequência do GPS para neutralizar o sinal. Exige proximidade ao alvo e afeta todos os receptores na área de alcance, caracterizando sabotagem.
    • Spoofing: transmissão de sinais falsos para enganar receptores, fazendo-os calcular coordenadas erradas.

    Até os anos 2000, os EUA podiam degradar propositalmente o GPS civil por meio da “Selective Availability” (SA), limitando sua precisão em regiões específicas. Em maio de 2000, o presidente Bill Clinton encerrou a SA, tornando permanente a disponibilidade global e gratuita do sinal para usuários civis. Desde então, não há mais função oficial de degradar o sinal civil, tornando ainda mais remota qualquer tentativa de bloqueio por parte dos EUA.

    A ameaça política de Trump

    As notícias sobre o bloqueio do GPS surgem dentro de um conjunto de sanções em estudo na Casa Branca, que inclui elevação de tarifas de 50% para até 100% sobre produtos brasileiros e punições em parceria com a Otan. Parte dessas retaliações está diretamente ligada à decisão do STF que impôs medidas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Embora aliados políticos alimentem a hipótese de corte de sinal, a medida é considerada extrema e de aplicação duvidosa, servindo mais como instrumento de pressão política do que como ação prática de inteligência militar.

    Alternativas ao GPS americano

    Para mitigar riscos de interferência no GPS, diversos sistemas de navegação por satélite (GNSS) oferecem cobertura global ou regional:

    • BeiDou (China): constelação com 35 satélites e cobertura global. Integrado a smartphones e serviços como Baidu Maps e Amap, já rivaliza com o GPS em precisão e autonomia tecnológica chinesa.
    • GLONASS (Rússia): sistema operacional desde os anos 1990, compatível com receptores modernos e com estações de controle em solo, incluindo unidades no Brasil, garantindo cobertura global e redundância de sinais.
    • Galileo (União Europeia): rede de satélites de alta precisão, especialmente em ambientes urbanos. Oferece serviço civil gratuito e interoperável com GPS e GLONASS, ampliando resiliência em caso de falhas de um único sistema.

    Além desses, existem sistemas regionais como o NavIC (Índia) e o QZSS (Japão), que podem ser usados em conjunto para fortalecer ainda mais a autonomia de posicionamento.

    Até o momento a ameaça de desligar o GPS no Brasil é fruto de especulações em redes sociais. Poderá ser concretizar?

     

    Como usar o BeiDou no Brasil

    1. Verifique se seu dispositivo (smartphone, tablet ou receptor GNSS) suporta múltiplos sistemas (multiconstelação).
    2. Acesse as configurações de localização ou GPS do aparelho.
    3. Ative o modo “GNSS” ou “multissistema”, habilitando BeiDou, além de GPS, GLONASS e Galileo.
    4. Reinicie o aplicativo de mapas ou software de georreferenciamento para que o receptor capte sinais das diversas constelações simultaneamente.

    Com isso, seu equipamento alternará automaticamente entre satélites dos diferentes sistemas, garantindo maior precisão, disponibilidade e resistência a interferências.

    Mesmo que o bloqueio do GPS no Brasil pelo governo dos EUA seja amplamente considerado improvável do ponto de vista técnico, é fundamental diversificar o uso de sistemas de posicionamento global. A adoção de BeiDou, GLONASS, Galileo e outras constelações já consolidadas fortalece a soberania tecnológica e reduz vulnerabilidades a pressões políticas estrangeiras.

    Prejuízos imediatos também para os EUA

    Embora a política anunciada por Donald Trump tenha como justificativa a proteção da economia americana, a ameaça de bloqueio do GPS no Brasil revela um desvio de propósito com consequências bilaterais graves. Além de ser tecnicamente controversa e juridicamente questionável, a medida atingiria diretamente empresas dos próprios Estados Unidos que operam em território brasileiro. 

    Serviços como Uber, aplicativos de entrega, plataformas de e-commerce e companhias aéreas dependem fortemente da navegação por satélite para logística, segurança e rastreamento de trajetos. Estimativas indicam perdas mensais que ultrapassam US$ 250 milhões, com interrupções operacionais, aumento de falhas de localização e impactos na confiança do consumidor. Ao comprometer setores estratégicos, a política arrisca enfraquecer cadeias comerciais essenciais e prejudicar a própria imagem de previsibilidade econômica dos EUA.

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  • EUA revogam visto de Alexandre de Moraes e ministros do STF

    EUA revogam visto de Alexandre de Moraes e ministros do STF

    EUA revogam visto de Alexandre de Moraes e ministros do STF

    O governo dos Estados Unidos anunciou, na noite de sexta-feira (18), a revogação do visto americano do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de seus familiares próximos e de aliados na Corte. A decisão foi divulgada pelo secretário de Estado Marco Rubio, por meio de publicação na rede social X, e tem efeito imediato.

    Até o momento, não houve manifestação oficial por parte do STF, do Palácio do Planalto ou do Itamaraty. 

    A medida ocorre em meio a uma escalada diplomática entre os dois países, motivada por decisões judiciais recentes contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica, restrições de comunicação e recolhimento domiciliar noturno ao ex-mandatário, o que gerou forte reação do governo Trump. Rubio classificou as ações do ministro como uma “caça às bruxas política” que, segundo ele, ultrapassa as fronteiras brasileiras e afeta cidadãos americanos.

    Além de Moraes, outros sete ministros do STF também foram atingidos pela revogação dos vistos, segundo informações divulgadas pela imprensa. São eles: Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes. Os nomes não foram oficialmente confirmados pelo Departamento de Estado, mas fontes indicam que a decisão se baseia na política de sanções contra autoridades estrangeiras acusadas de censura ou violação de direitos humanos.

    Ministros do STF tem vistos cancelados, pelos EUA

     

    Ministros como André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques não teriam sido incluídos na medida. Mendonça e Nunes Marques foram indicados ao STF por Bolsonaro, enquanto Fux tem se posicionado de forma crítica em relação a penas aplicadas a acusados de tentativa de golpe.

    A decisão americana gerou reações imediatas no Brasil. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou a medida como uma afronta à soberania nacional e ao Poder Judiciário. O Advogado-Geral da União, Jorge Messias, também se pronunciou, afirmando que o Judiciário brasileiro não se intimidará diante de “atos arbitrários”.

    A crise diplomática se intensifica em um momento de tensão entre os governos de Lula e Trump. Além da revogação dos vistos, o presidente americano anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e investigações comerciais contra o país. A situação é acompanhada com preocupação por autoridades brasileiras, que avaliam possíveis respostas institucionais e diplomáticas.

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  • STF determina tornozeleira eletrônica para Bolsonaro

    STF determina tornozeleira eletrônica para Bolsonaro

    STF determina tornozeleira eletrônica para Bolsonaro

    O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta sexta-feira (18), medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro por coação, obstrução e atentado à soberania nacional.

    O ex-presidente deverá cumprir recolhimento domiciliar entre 19h e 6h de segunda a sexta-feira e em tempo integral nos fins de semana e feriados; ser monitorado com tornozeleira eletrônica; não poderá manter contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e nem se aproximar de sedes de embaixadas e consulados. As medidas foram pedidas pela Polícia Federal (PF), com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).

    A Polícia Federal apontou que Bolsonaro e o filho, Eduardo Bolsonaro, “vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”, em razão de suposta perseguição no âmbito da Ação Penal (AP) 2668.

    Conforme a PF, ambos atuaram “dolosa e conscientemente de forma ilícita” e “com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa Corte.”

    Ao analisar o caso, o ministro disse que há indícios de que tanto Bolsonaro quanto o filho têm praticado “atos ilícitos que podem configurar, em tese, os crimes dos art. 344 do Código Penal (coação no curso do processo), art. 2º, §1º da Lei 12.850/13 (obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa) e art. 359-L do Código Penal (abolição violenta do Estado Democrático de Direito).”

    As condutas de Bolsonaro e do filho caracterizam, segundo o ministro Alexandre, “claros e expressos atos executórios e flagrantes confissões da prática dos atos criminosos, em especial dos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania e permanecem, sempre no sentido de induzirem, instigarem e auxiliarem governo estrangeiro à prática de atos hostis ao Brasil e à ostensiva tentativa submissão do funcionamento do Supremo Tribunal Federal aos Estados Unidos da América, com a finalidade de ‘arquivamento/extinção’ da AP 2668.”

    No despacho, o ministro citou ainda o escritor Machado de Assis, que disse: “A soberania nacional é a coisa mais bela do mundo, com a condição de ser soberania e de ser nacional”. Alexandre de Moraes destacou que a “Soberania Nacional não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida, pois é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil”.

    o uso de tornozeleira eletrônica permite o monitoramento 24h por dia e também restringir o deslocamento e acionar autoridades policiais.

    Afirmou também que “o Supremo Tribunal Federal sempre será absolutamente inflexível na defesa da Soberania Nacional e em seu compromisso com a Democracia, os Direitos Fundamentais, o Estado de Direito, a independência do Poder Judiciário Nacional e os princípios constitucionais brasileiros”. Nesse ponto, fez referência a Abraham Lincoln, 16º presidente dos Estados Unidos da América, responsável pela manutenção da União e pela Proclamação de Emancipação, que afirmava que “os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis”.

    A pedido de Alexandre de Moraes, o presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, convocou uma sessão extraordinária virtual para que a decisão seja submetida ao referendo. O Plenário Virtual começará hoje (18) ao meio-dia, e terminará na próxima segunda-feira (21), às 23h59.

    Veja a íntegra da decisão.

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  • Trump e o Brasil Polarizado: Tarifas, Cartas e a Estratégia de Dividir para Conquistar

    Trump e o Brasil Polarizado: Tarifas, Cartas e a Estratégia de Dividir para Conquistar

    Trump e o Brasil Polarizado: Tarifas, Cartas e a Estratégia de Dividir para Conquistar

    A política externa de Donald Trump segue uma lógica clássica de poder: dividir para conquistar. Ao mirar o Brasil com tarifas agressivas e uma carta provocativa a Jair Bolsonaro, Trump não apenas interfere nas relações comerciais — ele explora a polarização política brasileira como ferramenta de pressão. Mas os brasileiros parecem ter percebido essa jogada: a mais recente pesquisa Genial/Quaest mostra uma virada na popularidade do governo Lula, justamente no momento em que ele enfrenta a crise provocada por Trump.

    Polarização como ponto de entrada

    O Brasil vive uma divisão profunda entre lulistas e bolsonaristas. Essa rivalidade extrapola o campo político e enfraquece a capacidade do país de reagir de forma unificada a pressões externas. Trump se aproveita dessa fragmentação: quanto mais dividido o Brasil, menor sua força diplomática e econômica.

    A carta e as tarifas: provocação calculada

    A tarifa de 50% imposta por Trump aos produtos brasileiros, anunciada em 9 de julho, foi acompanhada por uma carta pública a Bolsonaro. Nela, o ex-presidente americano critica o governo Lula, elogia Bolsonaro e questiona o sistema judiciário brasileiro. A medida não tem justificativa econômica sólida — os EUA mantêm superávit comercial com o Brasil há mais de uma década. Isso indica que o objetivo é político: desestabilizar o governo Lula e favorecer narrativas bolsonaristas.

    Bolsonaro como peão, não como parceiro

    Apesar da comunicação direta com Bolsonaro, Trump não demonstra preocupação genuína com o aliado. Seu foco é o Brasil como um todo — ou melhor, como um país dividido. Ao reforçar o bolsonarismo, ele aumenta a pressão sobre Lula, que enfrenta dificuldades para construir consenso nacional. A carta e as tarifas são movimentos táticos, não gestos diplomáticos.

    A percepção popular e a virada nas pesquisas

    A estratégia de Trump, no entanto, não passou despercebida. Segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada em 17 de julho, 72% dos brasileiros acreditam que Trump errou ao impor o tarifaço, e 79% acham que as tarifas vão prejudicar a vida da população. Entre os eleitores sem posicionamento político, 77% condenam a medida — e até entre os bolsonaristas, 48% reconhecem o erro.

    Esse sentimento se refletiu diretamente na popularidade do governo Lula: 43% aprovam o governo, uma alta de 3 pontos em relação a junho. 53% desaprovam, uma queda de 4 pontos. Lula lidera todos os cenários de primeiro turno para 2026 e venceria Bolsonaro e outros adversários em um eventual segundo turno, exceto Tarcísio de Freitas, com quem empata.

    A virada ocorre justamente no momento em que o governo lida com as provocações de Trump, reforçando a imagem de Lula como defensor da soberania nacional.

     

    Dividir para conquistar é a estratégia de Trump. 

    O exemplo da China: união como escudo

    A China, alvo de tarifas inclusive maiores que as impostas ao Brasil por parte de Trump, respondeu com firmeza e unidade. O governo chinês impôs contramedidas calibradas e denunciou publicamente a prática americana como intimidação unilateral. Essa resposta coordenada forçou Washington a negociar, resultando em uma redução mútua das tarifas em maio. É claro que a China possui uma maior capacidade econômica que o Brasil, mas a coesão interna chinesa foi decisiva — algo que falta ao Brasil neste momento.

    Trump não precisa conquistar o Brasil — basta mantê-lo dividido. Cada tarifa, cada declaração e cada provocação se convertem em vantagem para os Estados Unidos, sem resistência unificada. Mas os dados mostram que os brasileiros estão começando a enxergar essa estratégia. A virada nas pesquisas pode ser o primeiro sinal de que a tática de dividir para conquistar está sendo desafiada — e que a união nacional, ainda que incipiente, pode se tornar um escudo contra interferências externas.

    O garfo

    Donald Trump fez um lance típico de xadrez político: colocou o Brasil numa posição em que qualquer movimento custa caro. Ao apoiar abertamente Jair Bolsonaro e impor tarifas de 50%, criou um garfo — ou seja, um dilema duplo. Se o país continuar dividido, enfraquece sua capacidade de reação e Trump sai ganhando. Se ceder e negociar, também cede soberania e abre espaço para a influência direta dos Estados Unidos. E se Bolsonaro voltar ao poder, a dívida simbólica com Washington se torna inevitável. Mas nem todo garfo termina em xeque. Uma saída possível é romper com a lógica imposta e atacar o tabuleiro com coesão e estratégia nacional — porque mesmo em jogo apertado, quem muda o ritmo da partida pode virar o resultado.

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  • Porque Trump quer o fim do pix

    Porque Trump quer o fim do pix

    Porque Trump quer o fim do pix

    Parece um absurdo, é um absurdo, mas também é uma realidade para Donald Trump e para todos os que comungam das ideias dele: o pix do Brasil não é bom para os EUA e por isso deve ser investigado e impedido de atuar. Mas claro, isto não deve preocupar, inclusive deve alegar, todos os que adoram Donald Trump. Mas vamos entender melhor esta ideia do presidente americano.

    Ele está colocando o Brasil sob investigação, claro, lá nos EUA, por se “comportar mal” e prejudicar os EUA ao avançar em tecnologias, novas parcerias globais e outros avanços.

    É tão absurda a investigação e as razões e pontos apontados neste sentido, que o governo brasileiro respondeu no mesmo nível. 

    O governo brasileiro reagiu com um forró à mais recente investida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Pouco após autoridades tornarem público que o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos, com sede em Washington, abriu uma investigação comercial para apurar, entre outras ações brasileiras, o estímulo ao uso do Pix, o Palácio do Planalto publicou, em perfis nas redes sociais, uma mensagem ironizando a iniciativa estadunidense.

    “O Pix é nosso, my friend”, diz o perfil oficial do governo brasileiro na imagem da publicação em defesa do sistema eletrônico de movimentação financeira, criado pelo Banco Central e lançado em 2020, com a justificativa de facilitar a vida dos usuários, alavancar a competitividade e, consequentemente, baixar os custos das transações bancárias para os cidadãos. Veja imagem.

    Embalado por um eletroforró identificado como Bom Dia Brasil ─ cuja autoria a reportagem não conseguiu confirmar ─ o texto que acompanha a imagem segue o tom. 

    “Parece que nosso Pix vem causando um ciúme danado lá fora, viu? Tem até carta reclamando da existência do nosso sistema seguro, sigiloso e sem taxas”, acrescentaram os responsáveis pela publicação, se referindo a informação de que, para as autoridades estadunidenses, com o Pix, o Brasil prejudica a competitividade de empresas de comércio digital e serviços de pagamento eletrônico.

    “Só que o Brasil é o quê? Soberano. E tem muito orgulho dos mais de 175 milhões de usuários do Pix, que já é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros”, sustenta a publicação, finalizando com uma provocação: “Nada de mexer com o que tá funcionando, ok?”.

    Em pouco mais de três horas, a postagem no Instagram recebeu quase 100 mil curtidas ─ e muitos comentários.

    “Trump conseguiu finalmente unir o Brasil inteiro (contra ele)”, escreveu um usuário. “Mexeu com o Pix, mexeu com o povo [brasileiro]”, apontou outra. “É nosso e é grátis”, acrescentou outra pessoa. “Já, já, Trump vai querer tirar as festas juninas, o desfile de escolas de samba, o carnaval e o Réveillon do Brasil.”

    Mais cedo, os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), e da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), Hugo Motta [Republicanos-PB], já tinham assegurado que o Congresso Nacional também está unido contra o que Alcolumbre classificou como uma “agressão” por parte do governo dos Estados Unidos.

    “Neste momento de agressão ao Brasil e aos brasileiros, que não é correta, temos que ter firmeza, resiliência e tratar com serenidade esta relação, buscando estreitar os laços e fazer as coisas acontecerem”, comentou o presidente do Senado.

    “Estamos prontos para estar na retaguarda do Poder Executivo. Para que, nas decisões que necessitarem da ação do Parlamento, possamos agir com rapidez e agilidade”, acrescentou Motta.

    Trump contra o Pix: entenda o que pode ter motivado críticas dos EUA

    Os Estados Unidos iniciaram na terça-feira (15) uma investigação interna contra práticas comerciais do Brasil que consideram suspostamente “desleais”. Entre elas, o Pix. As críticas ao sistema de pagamento brasileiro podem ser explicadas pela concorrência com Whatsapp Pay e bandeiras de cartão de crédito norte-americanas, e por ter se tornado uma alternativa ao dólar em algumas transações internacionais.

    A medida foi anunciada pelo representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, em documento chamado “Investigação da Seção 301 sobre Práticas Comerciais Desleais no Brasil”. Não há menção direta ao Pix, mas o texto cita os “serviços de pagamento eletrônico do governo”.

    “O Brasil também parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, entre outras, a vantagem de seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, diz a única menção ao tema.

    Um dos motivos especulados para a medida é de que o Banco Central (BC) teria favorecido o Pix em detrimento do WhatsApp Pay em 2020. O aplicativo é da empresa Meta, do empresário Mark Zuckerberg, aliado de Trump.

    Em junho de 2020, o WhatsApp anunciou que o Brasil seria o primeiro país a receber uma funcionalidade nova no aplicativo de mensagens: a possibilidade de enviar e receber dinheiro a partir de cartões cadastrados. Uma semana depois, o BC e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) suspenderam a função.

    As justificativas eram de que seria necessário avaliar riscos, garantir funcionamento adequado do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e existirem potenciais riscos para a concorrência.

    A economista Cristina Helena Mello, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), entende que a medida tomada à época foi correta.

    “O WhatsApp criou uma forma de transferência de dinheiro de pessoas para pessoas, mas estava fazendo isso fora do sistema financeiro legal. Não estava fazendo com integração com o nosso sistema financeiro. Portanto, escapava da regulação do Banco Central, o que fere regras brasileiras de acompanhamento de transações monetárias”, diz a economista.

    O Pix foi lançado oficialmente no Brasil no dia 16 de novembro de 2020, mas os estudos para a implementação do novo sistema de pagamento existiam pelo menos desde maio de 2018. Naquele ano, o BC instituiu um grupo de trabalho chamado “GT – Pagamentos Instantâneos”.

    Em dezembro do mesmo ano, o BC divulgou um comunicado com os requisitos fundamentais para o que chamou de “ecossistema de pagamentos instantâneos brasileiro”. O objetivo, segundo o texto oficial, era criar um sistema “de uma perspectiva neutra em relação a modelos de negócio ou participantes de mercado específico”, que fosse “eficiente, competitivo, seguro, inclusivo”.

    Alternativa ao dólar

    A economista da PUC-SP também entende que o Pix incomoda o governo norte-americano por ter se tornado uma alternativa ao dólar em algumas transações internacionais que envolvem brasileiros.

    “Alguns países aceitam pagamentos de brasileiros com Pix. Por exemplo, Paraguai e Panamá. Em alguns comércios, eles têm cartazes dizendo: ‘brasileiros, paguem com Pix’. Comerciantes abriram contas aqui no Brasil, recebem o pagamento aqui. E isso, antigamente, passava pelo dólar. Isso é prejudicial ao interesse de controle norte-americano. Quanto menor a demanda por uma moeda, menos ela vale”, diz.

    Para Cristina Helena Mello, operadoras de cartão de crédito norte-americanas também podem se sentir ameaçadas com a nova funcionalidade do “Pix Parcelado”, previsto para começar a funcionar em setembro de 2025. Os usuários brasileiros vão poder parcelar transações de maneira semelhante ao cartão de crédito, enquanto o recebedor continua recebendo o valor total instantaneamente.

    Independentemente das críticas e motivações norte-americanas, a economista da PUC-SP defende o Pix como um sistema de pagamento eficaz e inclusivo. Números do Banco Central mostram que o Pix movimentou R$ 26,4 trilhões em 2024.

    “Ele, de fato, permitiu que uma série de pessoas de menor renda tivesse acesso a uma forma de transação monetária barata. Os pequenos negócios, as pessoas mais simples mesmo, como pedreiros, faxineiras, mesmo pessoas em situação de rua”, defende a economista.

    “O Brasil desenvolveu uma forma de meio de pagamento que oferece uma série de vantagens. O Pix é ágil, promoveu um processo de bancarização, de inclusão de pessoas que não tinham conta. E faz parte da lei de competência e de concorrência oferecer um produto cada vez melhor”, complementa.

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  • EUA abrem investigação comercial contra o Brasil: entenda os motivos e implicações

    EUA abrem investigação comercial contra o Brasil: entenda os motivos e implicações

    EUA abrem investigação comercial contra o Brasil: entenda os motivos e implicações

    O governo dos Estados Unidos anunciouontem, 15 de julho, a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil. A medida foi tomada pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, e tem como objetivo apurar práticas consideradas desleais por parte do governo brasileiro que, segundo Washington, estariam prejudicando empresas e trabalhadores norte-americanos.

    A decisão ocorre poucos dias após o presidente Donald Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A investigação foi formalmente solicitada por Trump, que alegou que o Brasil estaria adotando políticas discriminatórias contra empresas americanas, especialmente no setor digital.

    Entre os pontos citados pelo USTR estão:
    • Comércio digital e serviços de pagamento eletrônico: os EUA acusam o Brasil de impor barreiras regulatórias que dificultam a atuação de empresas americanas de tecnologia, como exigências de censura de conteúdo político e restrições à transferência internacional de dados.  De fato isso ocorre porque há no Brasil a Lei de Geral de Proteção de Dados (LGPD), Lei nº 13.709/2018, que impede que dados pessoais de brasileiros sejam transferidos para empresas fora do país, sem expressa autorização do usuário. E as empresas americanas querem estes dados.

    • Tarifas preferenciais: o Brasil é acusado de conceder tarifas reduzidas a parceiros estratégicos como México e Índia, enquanto mantém tarifas mais altas para produtos americanos, o que criaria uma desvantagem competitiva. Isto é verdade. Como qualquer país do mundo, incluindo EUA, o Brasil tem tarifas diferenciadas por produtos e países. Inclusive por diversos acordos anteriores o Brasil favoreceu os EUA com esta política.

    • Combate à corrupção: o relatório americano aponta sinais de enfraquecimento nas políticas anticorrupção brasileiras, como acordos judiciais pouco transparentes e anulação de condenações em casos emblemáticos. Isto procede,  certamente, mas é um assunto interno e diz respeito a soberania do país.

    • Propriedade intelectual: Washington afirma que o Brasil falha na proteção e fiscalização de direitos autorais e patentes, o que prejudicaria setores americanos baseados em inovação. Neste caso Donald Trump está tentando prever uma das armas que o Brasil tem dentro da Lei da Reciprocidade, que não é apenas o de responder com novas tarifas igualitárias, mas também de tomar outras medidas, como a quebra de patente de produtos americanos, especialmente farmacêuticos.

    • Barreiras ao etanol: após o fim de um acordo bilateral, o Brasil teria elevado tarifas sobre o etanol americano, provocando queda nas exportações do produto. Isto é verdade, mas como diz a própria reclamação de Trump, isso ocorreu depois da quebra do acordo bilateral. E como isso foi ruim para os EUA, ele está reclamando.

    • Desmatamento ilegal: os EUA alegam que o Brasil não estaria fiscalizando adequadamente o desmatamento, o que afetaria a competitividade de produtores americanos de madeira e produtos agrícolas. Novamente, um tema que diz respeito a soberania nacional.

    Irritado com o Brasil, Donald Trump atira para todos os lados.

    Além das alegações comerciais, que realmente não encontrariam base em um julgamento na Organização Mundial do Comércio (OMC), a carta enviada por Trump ao presidente Lula também menciona questões políticas internas, como o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, sugerindo que a investigação tem motivações que extrapolam o comércio bilateral.

    Prova do quão frágil são as alegações de Trump, baseadas em economia, é que o Pix faz parte da grande lista de reclamações mencionada no processo de investigação comercial dos Estados Unidos contra o Brasil.

    O sistema  de pagamentos  brasileiro é citado como exemplo de como o governo local favorece o país em detrimentos das empresas norte-americanas.

    Novamente Trump usa toda força que tem para pressionar o Brasil de forma a intervir na soberania, especialmente no sistema judiciário. Além disso busca ganhar vantagens financeiras e estratégicas para os EUA. Trump aposta na polarização política que ocorre no Brasil. Enquanto bolsonaristas e lulistas apontam o dedo um para outro, o país não consegue força para dar resposta a altura, de quem afinal, só quer ganhar dinheiro e poder sobre o país.

    O governo brasileiro, por sua vez, indicou que poderá responder com base na Lei de Reciprocidade Econômica, embora tenha sinalizado que busca evitar uma escalada nas tensões comerciais. A indústria e o agronegócio brasileiros já se manifestaram contra as medidas americanas, alertando para os impactos econômicos.

    A investigação pode culminar em novas sanções ou tarifas, dependendo do resultado das audiências públicas e consultas bilaterais previstas para os próximos meses. O caso marca um novo capítulo nas relações comerciais entre os dois países e levanta preocupações sobre o uso político de instrumentos comerciais por parte dos Estados Unidos.

    A verdade é que Trump não precisa deste processo para impor tarifas maiores, pois ele tem feito isso sem cerimônias com qualquer país. Já com o Brasil, faltou legitimidade na sua primeira carta com o tarifaço de 50%, sendo inclusive criticado pelo sistema judiciário americano. Ao abrir este processo Trump busca alcançar maior legitimidade para tarifas contra o Brasil, bem como fazer maior pressão sobre o governo brasileiro.

    Estas medidas, se surtirem efeitos beneficiam diretamente aos EUA e a Jair Bolsonaro. Aliás não é coincidência que esta última ação de Trump tenha ocorrido justamente no dia em que a PRG entregou o pedido de condenação de Bolsonaro ao STF. 

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  • Cadê o dinheiro dos aposentados do INSS

    Cadê o dinheiro dos aposentados do INSS

    Cadê o dinheiro dos aposentados do INSS

    Promessas iniciais perdem força com crise externa e agenda dispersa

    O governo federal anunciou originalmente, ainda em meados de junho, que os pagamentos de ressarcimento aos aposentados e pensionistas do INSS começariam em “parcela única” já no início de julho, com burocracia mínima e adesão simplificada.

    Com a escalada da tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos e a cobertura intensa do julgamento de Bolsonaro, parece que o governo ganhou uma folga da mídia e esse cronograma foi empurrado para 24 de julho. A promessa de filas mais curtas e trâmites digitais sem entraves agora dá lugar a um calendário extenso, que se estende até novembro, frustrando quem aguardava compensação rápida. Veja como o governo vem “empurrando o tema”.


    Histórico de prazos e mudanças de escopo

    • Em 15 de junho, o governo afirmou que o programa de devolução entraria em vigor “até o fim daquele mês”.
    • No dia 1º de julho, após pressão da imprensa, o Executivo garantiu início “imediato” com adesão exclusivamente pelo Meu INSS.
    • Em 10 de julho, o Ministério da Economia comunicou que as adesões se abririam em 11 de julho, mas o pagamento só chegaria a partir de 24 de julho, mediante lotes diários.

    Regras atuais para adesão e pagamento

    • Adesão aberta de 11 de julho a 14 de novembro, via aplicativo, 135 ou agências dos Correios.
    • Pagamentos divididos em lotes de 100 mil beneficiários por dia, respeitando ordem de inscrição.
    • Correção pela inflação e prioridade para maiores de 80 anos e pessoas com deficiência.

     

    As contas do mês continuam a chegar, mas a devolução do dinheiro roubado, não.

    Por que o adiamento?

    Especialistas apontam que o recrudescimento da crise com tarifas dos EUA e o desvio de foco midiático para outros temas forçaram o governo a redistribuir equipes e recursos. Além disso, a complexidade para cruzar dados e validar reclamações individuais mostrou um panorama mais burocrático do que o prometido inicialmente.


    Repercussão entre os aposentados

    A categoria reclama da incerteza e da demora. “Esperava ver meu dinheiro antes do recesso, mas ainda nem recebi confirmação de adesão”, diz um beneficiário que prefere não se identificar. Movimentos de defesa dos idosos já estudam questionar administrativamente a nova extensão do prazo.


    Próximos passos

    O INSS garante que, uma vez confirmada a adesão, o depósito cairá diretamente na conta do benefício. O governo diz que não haverá necessidade de ação judicial para quem entrar no acordo. Resta agora observar se, até novembro, a promessa será honrada sem novos adiamentos.

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