A exploração da imagem
Entrevistas de tragédias, cavalo sobre o telhado… Cobrir a tragédia, mostrar a tragédia, mostrar pessoas e suas tristes histórias. Audiência garantida.
A exploração política
Não há tragédia que não possa ser capitalizada pelos políticos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar hoje (15), durante sua terceira visita ao Rio Grande do Sul, o nome do representante do governo federal que permanecerá no Estado como a autoridade responsável por gerir a interlocução com o governo do Estado e os municípios para a reconstrução pós-enchente.
O risco mais evidente a ser evitado é o da escolha do candidato derrotado ao PT ao governo do Estado, em 2022, Edegar Pretto, hoje presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ou o do atual ministro da secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, considerado o favorito no PT para a sucessão do governador Eduardo Leite (PSDB).
Um e outro nome arrisca transferir para o governo a responsabilidade pela exploração política da tragédia, hoje facilmente atribuída à oposição pelo uso desmensurado de notícias falsas nas redes sociais contra a ação federal.
Não que a solução possa ser “técnica”. Assim como as razões que levaram ao desastre passaram por escolhas políticas de ocupa.
O melhor e o pior do Brasil
O que acontece no Rio Grande do Sul está despertando o melhor do Brasil. Sua gente, sua força, organizada ou desorganizada, empresarial ou pessoal. União, doações, ajuda de todo tipo vindo de muitos lugares do Brasil. Pessoas que deixam seus lares confortáveis por dever profissional ou simplesmente vontade humanitária, se dirigem ao Rio Grande do Sul. Obrigado ao melhor do Brasil.
Mas também estamos vendo ratos saírem dos esgotos. Em busca de curtidas e likes, buscando votos, querendo espaço em redes sociais, briga pela audiência, ladrões roubando residências e comércios durante a invasão das águas. Há um lado bom quando os ratos saem de suas todas, isso nos permite combatê-los.