A fuga de Carla Zambelli
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou sua saída do Brasil poucos dias após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A parlamentar, que possui cidadania italiana, afirmou que pretende se estabelecer na Europa e organizar uma campanha contra o STF e o ministro Alexandre de Moraes, semelhante à realizada por Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos.
A condenação e os crimes atribuídos
Zambelli foi condenada no dia 14 de maio de 2025 pela Primeira Turma do STF, que decidiu por unanimidade que ela cometeu os crimes de falsidade ideológica e invasão ao sistema do CNJ. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a deputada foi a autora intelectual da invasão, que resultou na inserção de documentos falsos no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes. O ataque foi executado pelo hacker Walter Delgatti Neto, que também foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão.
Além da pena de prisão, Zambelli foi condenada ao pagamento de R$ 2 milhões em danos morais coletivos, valor que deverá ser dividido com Delgatti. A decisão também a tornou inelegível por oito anos, impedindo sua participação em futuras eleições.
A fuga para a Europa
A deputada anunciou sua saída do Brasil em entrevista à rádio Auriverde, alegando que viajou para a Europa para buscar tratamento médico e que pretende pedir afastamento do cargo. Em suas declarações, Zambelli afirmou que está sendo perseguida politicamente e que pretende viajar pelo continente europeu para denunciar o que chama de “distorções na realidade brasileira”.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP)
Apesar da condenação, não havia restrições legais que impedissem sua saída do país. Em agosto de 2023, seu passaporte foi apreendido por ordem do ministro Alexandre de Moraes, mas posteriormente devolvido, permitindo que ela deixasse o Brasil sem impedimentos. O STF agora avalia possíveis mudanças nos protocolos de condenação para evitar novas fugas de figuras políticas ligadas ao bolsonarismo, incluindo a retenção de passaportes e a autorização de prisões preventivas.
Reações e próximos passos
A fuga de Zambelli gerou forte repercussão no meio político. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, afirmou que o partido apoia a iniciativa da deputada e dará suporte à sua família no Brasil. Enquanto isso, o STF aguarda uma possível petição da Procuradoria-Geral da República pela prisão preventiva da parlamentar, embora sua extradição seja improvável devido à sua cidadania italiana.
Zambelli declarou que pretende se basear na Europa e que está “muito tranquila quanto a isso”. A deputada também afirmou que não abandonou o Brasil, mas que sua saída representa uma forma de resistência. Agora, resta saber como o STF e o governo brasileiro lidarão com essa nova crise política.
Contato
- Atendimento
- (41) 999-555-006
-
Av. do Batel, 1750 – S215
Curitiba – PR