“Mais uma vez, a Rússia está mostrando que não tem intenção de acabar com a guerra e o terror,” Zelensky
Na madrugada de ontem para hoje (4), a Ucrânia foi alvo de um dos mais intensos bombardeios desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. O ataque, que ocorreu poucas horas após uma conversa telefônica entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump, deixou pelo menos 23 pessoas feridas e provocou danos significativos em Kiev, capital ucraniana.
O ataque em números
Segundo a Força Aérea da Ucrânia, a Rússia lançou 539 drones do tipo Shahed e 11 mísseis contra o território ucraniano. Dos 550 ataques, 270 foram abatidos pelas defesas ucranianas, enquanto 208 drones foram desviados por interferência eletrônica. No entanto, nove mísseis e 63 drones atingiram seus alvos, causando destruição em 33 localidades diferentes.
Kiev foi o principal alvo. Seis dos dez distritos da cidade sofreram impactos diretos, com prédios residenciais, escolas, hospitais e até a embaixada da Polônia danificados. A infraestrutura ferroviária também foi afetada, forçando o desvio de trens e gerando atrasos significativos.
Reações de Zelensky
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, reagiu com firmeza ao ataque, afirmando que ele representa mais uma prova de que “a Rússia não tem intenção de terminar com a guerra e com o terror”. Zelensky destacou que os alertas antiaéreos começaram a soar quase simultaneamente à divulgação da conversa entre Trump e Putin, sugerindo uma possível relação entre os eventos.
Em publicação nas redes sociais, Zelensky classificou o ataque como “deliberadamente massivo e cínico”, e pediu aos aliados internacionais, especialmente aos Estados Unidos, que intensifiquem a pressão sobre Moscou com sanções mais duras e reforço no envio de equipamentos de defesa aérea.
Conversa entre Trump e Putin: sem avanços
A ligação entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia durou cerca de uma hora e foi descrita como franca, mas sem progresso. Trump declarou estar “muito decepcionado” com Putin, que reafirmou que não abrirá mão dos objetivos russos na Ucrânia, incluindo o controle de quatro regiões ocupadas e a exigência de que Kiev abandone sua intenção de aderir à OTAN.
Postagem de Zelensky na rede X sobre o ataque.
Putin, por sua vez, afirmou que a Rússia continua aberta a negociações, mas que não vê possibilidade de alcançar seus objetivos por vias diplomáticas no momento, justificando a continuidade da chamada “operação militar especial”.
Mudança na postura dos EUA
O ataque ocorre em um momento delicado para a Ucrânia. No início da semana, o governo Trump anunciou a suspensão parcial do envio de armas para Kiev, alegando preocupações com os estoques americanos. Entre os equipamentos suspensos estão projéteis de artilharia de 155 mm e baterias de defesa aérea Patriot, considerados cruciais para a defesa ucraniana.
Zelensky deve conversar com Trump ainda hoje para discutir o impacto dessa decisão. A Ucrânia teme que a redução no apoio militar comprometa sua capacidade de repelir ataques e frear o avanço das tropas russas.
Impasse diplomático
Apesar de algumas trocas de prisioneiros e negociações pontuais, como as realizadas em Istambul com mediação turca, não há sinais concretos de avanço rumo a um cessar-fogo duradouro. A Rússia mantém exigências consideradas inaceitáveis por Kiev, enquanto os Estados Unidos demonstram crescente frustração com a falta de progresso.
A intensificação dos ataques russos, somada à estagnação nas negociações e à redução do apoio militar ocidental, desenha um cenário preocupante para os próximos meses. Zelensky tem reiterado que sem pressão internacional significativa, a Rússia não mudará seu comportamento destrutivo.
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