Nunca houve falta de soro no Paraná. As Regionais de Saúde atuam em regime de plantão permanente, garantindo que, quando um caso é registrado, o insumo seja enviado rapidamente para o local indicado. “Cada caso é avaliado individualmente com o CIATox, que orienta o uso adequado do soro e assegura o cumprimento dos protocolos clínicos. Nem todos os acidentes exigem soroterapia, e o controle racional é essencial para evitar desabastecimento”, reforçou o secretário.
ESCORPIÕES PERTO DE CASA – Os escorpiões se aproximam das casas em busca de alimento, especialmente insetos como baratas, atraídos por lixo e restos orgânicos. Materiais de construção, madeiras empilhadas, tijolos e entulhos também servem de abrigo para os animais, aumentando o risco de acidentes.
No Paraná, o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) é a espécie mais comum e responsável pela maioria dos casos graves e óbitos, especialmente em crianças. Sua picada pode causar reações intensas e requer atendimento médico imediato. As três mortes registradas este ano foram causadas pelo veneno dessa espécie.
O Estado também abriga outras espécies nativas, como o escorpião-marrom e o pretinho, mas o escorpião-amarelo é o mais preocupante por se reproduzir de forma assexuada, o que facilita infestações. Altamente adaptável, ele costuma viver em locais quentes e úmidos, abrigando-se sob entulhos, telhas, madeiras e frestas, e é atraído por ambientes com lixo e insetos, especialmente baratas, que compõem sua alimentação.
Para evitar acidentes, é fundamental que a população mantenha jardins e quintais limpos, evite o acúmulo de entulhos e restos de materiais de construção nas proximidades das casas e terrenos baldios e acondicione corretamente o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou recipientes com tampa, impedindo a presença de baratas e outros insetos que servem de alimento para os escorpiões. Também é importante sacudir roupas, sapatos e toalhas antes de usá-los, já que os escorpiões podem se esconder nesses locais.
Em caso de acidente, recomenda-se limpar o local da picada com água e sabão, aplicar compressa morna e procurar imediatamente um serviço de saúde mais próximo. Se possível, o animal pode ser capturado com segurança, ou ainda registrado em fotografia para ser apresentado no atendimento médico para auxiliar na identificação.
Não se deve amarrar o local da picada, aplicar substâncias como álcool, querosene, ervas ou urina, nem realizar cortes, perfurações ou queimaduras. Também não é recomendado oferecer bebidas alcoólicas, gasolina ou outros líquidos à vítima, pois podem agravar o quadro clínico.
“Somente com a participação da população é possível reduzir os riscos. A prevenção depende de ações simples, como manter quintais e jardins limpos e acondicionar corretamente o lixo domiciliar”, afirmou César Neves.