Deputada Carla Zambelli é presa na Itália
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira, 29 de julho, em Roma, capital da Itália, após permanecer foragida por cerca de dois meses. A prisão foi resultado de uma cooperação internacional entre a Polícia Federal brasileira, a Interpol e autoridades italianas.
Localização e captura
Zambelli foi localizada em um apartamento no bairro Aurélio, em Roma, graças a informações fornecidas pelo deputado italiano Angelo Bonelli, que denunciou sua presença às autoridades locais. A parlamentar estava vivendo na Itália desde o início de junho, após deixar o Brasil pela fronteira com a Argentina e passar pelos Estados Unidos.
Entenda o motivo da prisão
A deputada foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão em regime fechado por articular, com o hacker Walter Delgatti Neto, a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo era emitir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. Além da pena, Zambelli foi sentenciada à perda do mandato parlamentar e ao pagamento de multa de R$ 2 milhões por danos morais coletivos.
O que acontece agora?
Apesar de possuir cidadania italiana, Zambelli poderá ser extraditada para o Brasil. A Justiça italiana tem até 48 horas para validar a prisão e decidir se dará início ao processo de extradição. O procedimento pode levar de alguns meses a até dois anos, dependendo da análise jurídica e política do caso. A defesa da deputada alega perseguição política e tenta impedir a extradição, podendo solicitar asilo político ou o cumprimento da pena em solo italiano.

Repercussão política
A prisão da deputada Carla Zambelli provocou uma verdadeira onda de reações no cenário político brasileiro, escancarando divisões ideológicas e reacendendo debates sobre os limites da atuação parlamentar.
Reações da base governista
– Parlamentares da esquerda comemoraram abertamente a prisão, classificando-a como um avanço na responsabilização de agentes públicos que atentaram contra a democracia.
– A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) afirmou que “Carla Zambelli foi a primeira. Que venha o efeito dominó”, sugerindo que outros envolvidos em atos antidemocráticos também devem ser punidos.
– Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do governo na Câmara, declarou que “foragidos não podem legislar” e cobrou a cassação imediata do mandato.
Posicionamento institucional
– O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que a Casa já está tomando providências legais, especialmente por meio da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisa a perda de mandato. Ele ressaltou que a Câmara não delibera sobre prisões, apenas sobre cassações.
– A deputada Maria do Rosário (PT-RS) protocolou requerimento para que a Mesa Diretora declare a perda imediata do mandato, alegando que a permanência de Zambelli no cargo é um “escárnio ao Estado de Direito”.
Defesa e aliados
– O Partido Liberal (PL), ao qual Zambelli é filiada, divulgou nota oficial manifestando solidariedade à deputada. O texto afirma que ela se apresentou voluntariamente às autoridades italianas e denuncia um “estado de exceção camuflado” no Brasil.
– Parlamentares aliados, como Bruno Zambelli (irmão da deputada), reforçaram a narrativa de perseguição política e alegaram que a prisão foi uma tentativa de silenciar vozes conservadoras.
Essa prisão não apenas reacendeu o debate sobre os limites da imunidade parlamentar, mas também colocou em xeque a relação entre política e justiça.
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