‘Velha é quem me diz’
Aos 64 anos, Astrid Fontenelle segue firme na televisão e na vida. À frente do programa Admiráveis Conselheiras, no GNT, ela dá voz a mulheres com mais de 60 anos e rebate com humor e firmeza os ataques etaristas que recebe nas redes. “Velha são eles, não eu. Velha é quem me diz. Estou muito bem, mentalmente e fisicamente”, afirma.
No programa, Astrid já entrevistou cientistas, juristas e artistas como Eliana Pittman, defendendo a valorização de trajetórias que muitas vezes ficam fora dos holofotes. “Há reverência a alguns nomes consagrados, mas muitos outros merecem aplausos”, diz.
O convite para o novo projeto surgiu logo após sua saída do Saia Justa, em 2023, onde esteve por 11 anos. A demissão, confessa, foi um choque. “Assumi publicamente que fui demitida e fiquei chateada. Era raro alguém falar isso. Pensei até em aposentadoria, mas logo percebi que era bobagem”, relembra. Hoje, além do programa, ela toca um clube do livro com Zeca Camargo e escreve um stand-up.
Carioca radicada em São Paulo, Astrid tem uma longa trajetória: formada em jornalismo pela PUC-SP, entrou na TV em 1988, foi uma das primeiras apresentadoras da MTV nos anos 1990 e há mais de uma década comanda Chegadas e Partidas. Fora das câmeras, é mãe de Gabriel, de 17 anos, adotado ainda bebê. O jovem, que soma milhares de seguidores nas redes, quer seguir carreira na comunicação. Mas a apresentadora não esconde a preocupação: “É duro ser mãe de um adolescente preto em um país racista. Tive que ensiná-lo como agir numa blitz. Ele não tem privilégios”, desabafa.
Astrid Fontenelle
Casada há 15 anos com o empresário Fausto Franco, em uma união de casas separadas, Astrid valoriza a liberdade no relacionamento. “Não queria perder tempo com pequenas irritações da vida a dois. Prefiro o namoro”, explica. Ela também fala sem tabu sobre sexualidade na maturidade: “Tudo fica melhor quando você é mais velha. Você se conhece, tem segurança para fazer o que quer, do jeito que quer”.
Entre medos e reinvenções, Astrid mostra que a idade não a limita. “Se foi etarismo, eu respondo mostrando que velha são eles. Eu sigo muito bem. Vamos embora.”
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