O Brasil gira em torno de Alexandre de Moraes

Diplomacia, sanções e o novo centro de gravidade do poder no Brasil

Há momentos em que vários fios soltos da política se encontram e começam a desenhar algo maior: uma mudança de eixo de poder. O que estamos vendo hoje, entre Brasília, Washington e a Praça dos Três Poderes, parece ser exatamente isso.

1. A diplomacia brasileira sai da defensiva

Depois dos “tarifaços” de Donald Trump contra o Brasil, o Itamaraty passou por uma fase de reposicionamento silencioso, mas firme.

Não foi apenas troca de governo; foi mudança de postura. A diplomacia brasileira voltou a apostar em:

  • Negociação técnica, em vez de alinhamento automático.
  • Defesa de autoridades nacionais em foros internacionais, mesmo quando essas autoridades são alvos de controvérsia interna.
  • Recomposição de canais tradicionais com Washington, em vez de depender exclusivamente de afinidades ideológicas.

Esse movimento cria o pano de fundo para entender o episódio das sanções da Lei Magnitsky.

2. Da Lei Magnitsky à retirada de Moraes: um ponto de inflexão

Quando Alexandre de Moraes, sua esposa e empresa familiar foram colocados na lista de sanções da Lei Magnitsky, o fato foi tratado por alguns atores políticos brasileiros como vitória: um ministro do STF passava a ser alvo de pressão internacional, em sintonia com narrativas internas de crise institucional e supostos “abusos” do Judiciário.

O Brasil, porém, não podia aceitar passivamente que um ministro de sua Suprema Corte estivesse sob sanção de um país parceiro. Não apenas por Moraes em si, mas pelo precedente institucional. Era o tipo de constrangimento que atinge a soberania simbólica do país.

A partir daí, entra em cena o trabalho da diplomacia:

  • Conversas discretas entre chancelarias.
  • Argumento central: conflitos internos do Brasil devem ser resolvidos dentro das instituições brasileiras.
  • Defesa do STF como pilar da ordem constitucional, não como alvo de retaliação externa.

O desfecho é conhecido: a retirada de Moraes e de seus familiares da lista. O gesto não traz apenas alívio pessoal para o ministro; reconfigura a narrativa. O que começou como sanção vira, no fim, demonstração de que o Estado brasileiro ainda consegue se fazer respeitar no sistema internacional.

3. Eduardo Bolsonaro, à margem do novo eixo

Essa reversão tem um efeito colateral direto: deixa Eduardo Bolsonaro isolado em sua estratégia de internacionalizar o conflito com o Supremo.

Ele vinha tentando:

  • Transformar a narrativa de “crise institucional” em tema de direitos humanos e liberdades civis perante audiências conservadoras no exterior.
  • Usar o governo Trump e redes internacionais de direita como caixa de ressonância contra decisões do STF.
  • Apresentar autoridades brasileiras — especialmente ministros do Supremo — como opressores de liberdades, buscando sanções como instrumento de pressão política.

Quando Washington recua e retira as sanções, a estratégia perde tração. Não é só uma derrota pontual; é um recado: os EUA podem até ouvir ruídos da política interna brasileira, mas não estão dispostos, neste momento, a bancar sanções duradouras contra um ministro da mais alta corte de um país parceiro.

Daí surge a leitura, feita por alguns analistas: Donald Trump, ao não sustentar esse tipo de agenda, deixa Jair Bolsonaro e seu entorno “à deriva”. Não porque rompa pessoalmente, mas porque, no jogo de poder real, as prioridades mudam. E, quando as prioridades mudam, certas alianças deixam de produzir efeitos concretos.

4. Quando a política externa reforça o poder interno do STF

A retirada de Moraes da lista Magnitsky não é só um episódio diplomático; é um tijolo a mais no edifício de sua autoridade interna.

Ela sinaliza que:

  • A pressão internacional contra o ministro não prosperou.
  • O Estado brasileiro compôs uma frente de defesa institucional.
  • O STF não será facilmente tratado como parte “suspeita” a ser sancionada por potências estrangeiras.

Alexandre de Moraes e sua família são retirados da lista de restrições da Lei Magnitsky.

Essa blindagem externa fortalece ainda mais a percepção interna de que o Supremo — e, em especial, Moraes, pela centralidade de sua atuação — se tornou um polo de poder praticamente incontornável no arranjo político atual.

Se antes havia a expectativa de que o “contrapeso” pudesse vir de Washington, agora essa expectativa se esvazia. O tabuleiro volta para dentro das fronteiras. E, dentro delas, um ator se destaca.

5. A concentração de poder em Moraes: percepção e realidade

Institucionalmente, não existe “homem mais poderoso depois do presidente” descrito na Constituição. Mas a política não vive só de normas; vive de percepções, correlações de força e de quem tem, na prática, a caneta capaz de causar efeitos imediatos.

Moraes reúne hoje algumas chaves simultâneas:

  • Relatoria de processos que envolvem desinformação, ataques às instituições e figuras centrais da política.
  • Passagem pela presidência do TSE, com papel decisivo na condução do processo eleitoral.
  • Capacidade de tomar decisões monocráticas de grande impacto, que só depois são apreciadas pelo colegiado, mas já produzem efeitos concretos.

Esse conjunto faz com que, aos olhos de muitos, ele não seja apenas “mais um ministro do STF”, mas o centro visível de um poder judicial que se tornou protagonista.

6. STF x Câmara: a crise institucional em torno do caso Zambelli

É nesse contexto que o conflito com a Câmara dos Deputados ganha outra dimensão.

No caso de Carla Zambelli, a sequência é sintomática:

  • A Câmara decide não cassar o mandato da deputada, condenada e presa fora do país.
  • Moraes anula essa decisão e determina a perda imediata do mandato, com posse do suplente em prazo curto.
  • A Primeira Turma do STF confirma o entendimento de que, em situações específicas, a perda do mandato é consequência direta de condenação criminal, cabendo ao Legislativo apenas formalizar, não deliberar politicamente.

O que está em jogo aqui não é apenas uma parlamentar, mas a fronteira entre os poderes. Para muitos, o STF estaria “legislando” ao esvaziar a margem de escolha da Câmara. Para outros, apenas estaria aplicando a Constituição diante da omissão ou leniência política do Legislativo.

Independentemente da leitura, o efeito é claro: cresce a sensação de que:

  • O STF pode intervir diretamente sobre mandatos eletivos.
  • A Câmara, em certas situações, deixa de ser fiadora do destino político dos seus.
  • A figura do relator — neste caso, Moraes — se torna o ponto focal de decisões com peso institucional enorme.

7. Um novo desenho de poder

Quando se juntam os elementos:

  • A diplomacia que consegue reverter sanções externas contra um ministro.
  • A perda de fôlego de estratégias de pressão internacional capitaneadas por figuras como Eduardo Bolsonaro.
  • O STF intervindo em decisões da Câmara e definindo o destino de mandatos.
  • A centralidade de um ministro específico em temas sensíveis ao regime democrático.

Surge um desenho nítido: o centro de gravidade do poder no Brasil desloca-se, em parte, para o Judiciário — e dentro dele, para figuras que concentram relatorias e presidências estratégicas.

Isso não significa que o Executivo deixou de ser o poder dominante, nem que o Legislativo desapareceu como arena decisória. Mas significa que qualquer cálculo de poder hoje, no Brasil, precisa passar por uma pergunta incômoda e inevitável: como o Supremo — e, concretamente, Moraes — reagirá?

No fim, a “vitória” da diplomacia brasileira nas sanções não é um capítulo isolado. Ela fecha a porta de uma frente de ataque externa e, ao mesmo tempo, reforça o protagonismo interno de uma instituição — e de uma pessoa — que já vinha se tornando o eixo em torno do qual a crise política brasileira gira.

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