O Ministério Público Eleitoral do Paraná (MPE-PR) recomendou a cassação dos mandatos do prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), e do vice, Paulo Martins (PL), por suposto abuso de poder político durante a pré-campanha de 2024. O parecer também pede a inelegibilidade dos dois, além do ex-prefeito Rafael Greca (PSD), por oito anos. A decisão final cabe à Justiça Eleitoral.
A ação foi movida pela jornalista Cristina Graeml (Podemos), que concorreu contra Pimentel na eleição municipal de 2024. A denúncia alega que o ex-superintendente de tecnologia da prefeitura, Antônio Carlos Rebello, coagiu servidores comissionados a comprar convites de R$ 3 mil para um jantar de arrecadação do PSD, supostamente para beneficiar a campanha de Pimentel. Áudios divulgados pelo portal Metrópoles mostram Rebello ameaçando exonerar servidores que não colaborassem. A defesa dos investigados alega que as gravações são clandestinas e, portanto, ilegais.
Pimentel nega qualquer irregularidade, afirmando que sua campanha utilizou apenas recursos legais e que desconhecia qualquer prática ilícita. Ele classifica o parecer do Ministério Público como uma opinião e demonstra confiança no arquivamento do caso.
A promotora eleitoral Cynthia Maria de Almeida Pierri sustenta que há indícios sólidos de coação, independentemente dos áudios, citando doações suspeitas e a exoneração imediata de Rebello. Segundo ela, os elementos disponíveis são suficientes para comprovar abuso de poder político e justificar a cassação dos mandatos e a inelegibilidade dos investigados.