Nos últimos meses, veio à tona um esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Estima-se que os desvios possam chegar a R$ 6 bilhões, afetando milhões de segurados que tiveram valores descontados sem autorização.

O esquema de fraude e a suspensão dos descontos

A fraude foi revelada por investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal (PF), que identificaram irregularidades em acordos firmados entre o INSS e diversas associações e sindicatos. Essas entidades realizavam descontos diretamente na folha de pagamento dos aposentados, supostamente para oferecer serviços como planos de saúde e assistência jurídica. No entanto, muitas dessas organizações não tinham estrutura para cumprir as promessas feitas aos beneficiários.

Diante da gravidade do caso, o governo federal suspendeu todos os Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com essas entidades, interrompendo os descontos e bloqueando novos pagamentos. A medida visa proteger os segurados e evitar que mais pessoas sejam prejudicadas.

A luta dos aposentados para recuperar os valores

Com a suspensão dos descontos, os aposentados e pensionistas que foram vítimas da fraude agora podem contestar os valores cobrados indevidamente. O INSS disponibilizou canais oficiais para que os beneficiários possam verificar se tiveram descontos não autorizados e solicitar o reembolso. O processo pode ser feito pelo aplicativo Meu INSS ou pela central de atendimento 135.

As entidades envolvidas na fraude têm 15 dias úteis para apresentar documentos que comprovem a autorização dos descontos. Caso não consigam, deverão devolver os valores ao INSS, que fará o repasse aos beneficiários por meio de folha suplementar.