Prisão sem conspiração: Bolsonaro confessa em vídeo, violar a tornozeleira eletrônica
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro realizada ontem, gerou imediatamente um grande número de postagens em redes sociais afirmando que tudo fazia parte de uma conspiração, que a prisão já estava pronta antes, em documentos, que a data escolhida tem significados. Mas se ainda tudo isso fosse verdade, Bolsonaro teria que colaborar com uma conspiração contra si.
O ex-presidente cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto, no aguardo da decisão final sobre onde iniciaria o cumprimento de pena, em relação a sua condenação no processo sobre tentativa de golpe de estado.
A prisão domiciliar implica em diversos cerceamentos, ou não seria prisão domiciliar. Entre as quais está o uso de tornozeleira eletrônica e claro, a inviolabilidade deste dispositivo.
A questão é que O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocou, na sexta-feira (21/11), uma vigília religiosa em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Isto foi interpretado como uma forma á reconhecida de atuação para desviar a atenção e talvez facilitar uma fuga. Mas até então nada se confirmava.
Às 00h07 deste sábado (22), o sistema do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME) gerou o alerta de violação da tornozeleira, o que além de infringir as determinações da prisão domiciliar, também caracteriza o risco real de fuga. Pela manhã, Bolsonaro foi preso pela Polícia Federal.
São estes fatores que levaram o ministro Alexandre de Moraes a transferir Bolsonaro, de sua residência para a Superintendência da Polícia Federal. A ordem foi humanitária e respeitosa, com o ministro exigindo que a operação fosse somente as 6h da manhã, sem algemas, sem alarde. Mais que isso, o ministro também determinou que uma equipe médica permanecesse 24h de prontidão para Bolsonaro.
Então a narrativa de que Alexandre de Moraes queria matar Bolsonaro, que tudo era uma trama de prisão pré-determinada, começou a circular na internet. Durou pouco tempo, pois a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap) encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) junto a um vídeo em que o próprio Bolsonaro admite a avaria (assista)
Caiu por terra a narrativa de que havia uma pré determinação de prisão para a data específica, pois para isso ocorrer, Bolsonaro teria que colaborar voluntariamente, danificando a tornozeleira.
“[Foi] curiosidade”, disse ele, informando que a tentativa de abrir o equipamento ocorreu no final da tarde de sexta-feira (21).
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, retirou o sigilo sobre o relatório e o vídeo da Seap e deu prazo de 24 horas para que a defesa de Bolsonaro se manifeste sobre a tentativa de violar a tornozeleira.
Em vídeo, Bolsonaro confessa que tentou violar a tornozeleira eletrônica e alega “curiosidade.”
“O equipamento possuía sinais claros e importantes de avaria. Haviam marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local de encaixe/fechamento do case. No momento da análise o monitorado foi questionado acerca do instrumento utilizado. Em resposta, informou que fez uso de ferro de solda para tentar abrir o equipamento”, diz o relatório.
A tornozeleira foi, então, substituída por outro equipamento.
Na decisão que determinou a prisão preventiva, o ministro Alexandre de Moraes cita a violação da tornozeleira e diz que a reunião de vigília, convocada pelo seu filho, poderia causar tumulto e até mesmo facilitar “eventual tentativa de fuga do réu”.
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