Greve: caminhoneiros seguem rodando
O Brasil amanheceu nesta quinta-feira sob a expectativa de uma paralisação nacional dos caminhoneiros. Convocada por lideranças da categoria e amplificada nas redes sociais, a greve prometia repetir o impacto de 2018, quando o país parou diante da força dos transportadores. Mas, ao contrário do que se anunciava, não houve bloqueios significativos nas estradas. O movimento, até agora, permanece mais como um ruído digital do que como uma realidade concreta.
As reivindicações
As pautas apresentadas são diversas e, em muitos casos, desconexas. Entre elas estão demandas legítimas ligadas ao setor, como revisão de regras de transporte, estabilidade contratual e mudanças tributárias que afetam diretamente os custos da atividade. Mas há também reivindicações de caráter político, como pedidos de anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro e críticas ao Supremo Tribunal Federal. Essa mistura de agendas fragiliza a legitimidade da mobilização, que deixa de ser vista como uma luta da categoria e passa a ser percebida como instrumento de grupos ideológicos.
Fragmentação e falta de foco
O contraste com a greve de 2018 é evidente. Naquele momento, havia uma pauta clara e unificadora: o preço do diesel. Hoje, o movimento se apresenta fragmentado, sem consenso entre as entidades representativas e sem foco em uma demanda capaz de mobilizar a maioria dos caminhoneiros. Lideranças tradicionais já se manifestaram contra a paralisação, apontando que muitas das bandeiras levantadas não pertencem ao setor.
Até o momento são poucos os pontos de paralisação de caminhões no Brasil.
O barulho das redes
Se nas estradas a greve não se materializou, nas redes sociais o cenário é outro. Grupos de WhatsApp e perfis em plataformas digitais amplificam a convocação, criando a sensação de uma mobilização nacional. Mas o barulho virtual não se traduziu em adesão real. A ausência de bloqueios e a rotina normal em rodovias mostram que, por enquanto, a greve é mais uma ameaça do que um fato.
O movimento dos caminhoneiros de dezembro de 2025 revela a dificuldade de transformar indignação em ação concreta quando não há unidade nem clareza de objetivos. A categoria, que já demonstrou enorme poder de pressão, hoje se vê diluída entre pautas divergentes e disputas de narrativa. Sem foco e sem adesão, a greve corre o risco de se tornar irrelevante, lembrada apenas como mais um episódio em que a política tentou se vestir de reivindicação trabalhista.
O que pode mudar
Ao longo do dia poderão haver adesões, pontos de bloqueio e o movimento pode crescer. Até o momento esta não é a realidade, mas pode mudar.
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