Bolsonaro lança Flávio à Presidência
A escolha de Jair Bolsonaro por Flávio como candidato do PL à Presidência em 2026 não é apenas um gesto familiar, mas uma jogada política calculada. O anúncio ocorre em meio a tensões internas na direita, especialmente após movimentos de Michelle Bolsonaro e a ascensão de outros nomes como Tarcísio de Freitas.
Por que Bolsonaro escolheu Flávio agora?
Jair Bolsonaro está condenado e inelegível até 2060, além de cumprir pena por tentativa de golpe de Estado. Isso o impede de disputar eleições, mas não de influenciar diretamente o jogo político.
Ao escolher Flávio, Bolsonaro garante que o capital eleitoral do bolsonarismo permaneça dentro da família, evitando dispersão entre aliados.
Nos últimos dias, houve rusgas públicas entre Flávio e Michelle Bolsonaro. Michelle vinha se posicionando como liderança feminina da direita, com apelo popular e religioso. A escolha de Flávio é um recado claro: o comando político continua com os homens da família, sob tutela direta de Jair.
A decisão também neutraliza rivais. A direita vinha se reorganizando em torno de nomes como Tarcísio de Freitas. Ao antecipar a escolha, Bolsonaro impede que o PL seja capturado por outros projetos e reafirma sua hegemonia sobre o partido.
Impactos imediatos
- Michelle Bolsonaro perde espaço como possível candidata, mas pode se tornar voz dissidente dentro do PL.
- Tarcísio de Freitas vê sua projeção nacional contida; terá de decidir entre apoiar Flávio ou buscar outro partido.
- O PL ganha clareza de liderança, mas enfrenta risco de divisão interna.
- O bolsonarismo mantém unidade simbólica em torno da família, reforçando a narrativa de continuidade.
Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro
Análise estratégica
Bolsonaro fez o anúncio agora por três razões principais:
- Controlar a narrativa: com Michelle ganhando visibilidade e Tarcísio sendo cortejado por setores da direita, havia risco de fragmentação.
- Reforçar a lealdade partidária: ao colocar Flávio como candidato oficial, Bolsonaro obriga o PL a se alinhar e desestimula disputas internas.
- Mobilizar a base: a militância bolsonarista valoriza a ideia de “herança política” e vê em Flávio a continuidade do projeto do pai.
A escolha de Flávio Bolsonaro é menos sobre sua força eleitoral e mais sobre preservar o controle do bolsonarismo em um momento de vulnerabilidade. Jair Bolsonaro, mesmo inelegível e preso, mostra que ainda dita os rumos da direita. O anúncio precoce é uma tentativa de blindar o PL contra fissuras internas e reafirmar que, no bolsonarismo, o poder continua sendo um assunto de família.
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