Trump recua e aplica taxação seletiva sobre produtos brasileiros
A recente medida anunciada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, referente à tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, causou surpresa no mercado internacional. O decreto, divulgado com tom firme e protecionista, revelou-se uma taxação seletiva, ao incluir uma lista de 694 exceções que excluem produtos estratégicos para a indústria norte-americana da nova alíquota. A decisão, longe de ser um gesto de recuo genuíno, evidenciou a pressão interna exercida por empresários e setores produtivos dos EUA, preocupados com os impactos de uma tarifa abrangente.
Entre os produtos brasileiros isentos da tarifa estão itens como aeronaves civis da Embraer, derivados de petróleo, celulose e papel, polpa e suco de laranja, além de fertilizantes e minérios essenciais. Esses produtos são amplamente utilizados por diversos setores da economia americana, como a aviação, agricultura e energia — o que explica sua exclusão estratégica.
Além da seleção criteriosa de produtos, outro ponto relevante foi o prazo estendido para início da taxação, que só passa a valer a partir do dia 6 de agosto. Mercadorias já em trânsito estão isentas da medida, o que minimiza o impacto imediato nas cadeias logísticas e reforça a tese de que o decreto foi moldado para preservar os interesses americanos antes de qualquer retaliação comercial.
“Não foi um recuo completo, mas uma adaptação pragmática às pressões internas”, avaliou Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Washington.
Reação brasileira e busca por novos mercados
Diante da medida, o governo brasileiro respondeu com agilidade. O Itamaraty e o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços iniciaram ações diplomáticas para diversificar os mercados de exportação, mirando países da Ásia, Oriente Médio e África. Essa estratégia contempla tanto os produtos que foram afetados pela tarifa de importação quanto aqueles que, embora isentos, perderam competitividade nos Estados Unidos.
A expectativa de especialistas é que essa reconfiguração comercial possa valorizar os produtos brasileiros no mercado internacional a médio e longo prazo. Com a diminuição da oferta direta nos EUA e o fortalecimento das exportações em outras regiões, a tendência é que os produtos nacionais ganhem novo posicionamento e precificação mais favorável.
Além disso, há um movimento crescente entre empresas brasileiras para agregar valor aos seus produtos, intensificando a presença em nichos como tecnologia agrícola, alimentos processados e bioenergia, o que pode ampliar ainda mais o alcance e lucratividade no comércio exterior.
Presidente americano Donald Trump
O Brasil apostou alto
Ao não recuar diante da ameaça da tarifa de 50%, o governo brasileiro, apostou que Trump não sustentaria uma tarifa ampla contra produtos essenciais para os próprios EUA — como aeronaves da Embraer, petróleo e celulose. Esse movimento teve um tom de desafio: manter a postura firme e aguardar a reação americana.
Trump não tinha todos os trunfos
“Você não tem todas as cartas” é uma frase icônica dita por Donald Trump ao presidente da ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante embate na Casa Branca, diante da imprensa internacional. Mas desta vez ele encontrou um jogador mais experiente, já que as negociações foram comparadas com um jogo de truco.
“Então o que acontece? Ele nos deu até o dia primeiro. Se nós não dermos a resposta no dia primeiro, ele vai taxar o nosso comércio em 50%. Vou contar uma coisa pra vocês: eu não sou mineiro, mas eu sou bom de truco e se ele tiver trucando, ele vai tomar um seis. Se ele tiver trucando ele vai tomar um seis”, afirmou o presidente Lula.
O resultado veio na forma de uma taxação seletiva, com quase 700 produtos isentos. Isso revelou que, no fundo, Trump não podia aplicar a tarifa integral sem prejudicar setores chave dos EUA.
Em linguagem de truco: o Brasil levantou, Trump pagou pra ver — e teve que “correr do jogo” em parte.
Virada estratégica brasileira Enquanto isso, o Brasil rapidamente iniciou movimentações diplomáticas e comerciais para abrir novos mercados, demonstrando que não estava dependente do jogo americano. Essa postura ativa é como trocar de mesa e seguir jogando com novas cartas — ainda que o adversário tente limitar seus movimentos. Por isso fica o aviso: o jogo ainda não acabou.
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