Parque Memorial
Em uma parte baixa de Cruzeiro do Sul, bem próxima ao Rio Taquari, o cenário após a tragédia era apocalíptico, com casas, carros e postes totalmente destruídos. Era ali que ficava o Passo da Estrela, bairro completo, com escola, igreja e posto de saúde.
Agora, o que se vê é um campo aberto de terra batida. As máquinas ainda trabalham para demolir o que restou das casas destruídas. O local dará lugar a um Parque Memorial, com área de vegetação, equipamentos para a prática de esportes e homenagem aos que morreram na catástrofe.
Das poucas casas que não foram interditadas na área onde ficava o bairro, está o imóvel de José Claudio Lenhardt, de 71 anos, e de sua esposa Rosane Lenhardt, de 67 anos. Eles estão entre os últimos moradores ali, mas não devem permanecer.
Demanda habitacional
Na região do Vale do Taquari, a situação das famílias que perderam suas casas é variada, mas a maioria ainda aguarda um lar definitivo.
Em Estrela, segundo a prefeitura, o número de famílias contempladas com aluguel social está em 516. Cerca de 100 casas começaram a ser construídas pelo Minha Casa, Minha Vida, e há ainda a previsão de mais 800 imóveis pelo mesmo programa.
Outras 60 famílias estão sendo contempladas com o Compra Assistida. Da parte do governo estadual, a previsão é construir 108 casas no município, que estão em diferentes fases de andamento.
Em Muçum, o governo municipal informou à reportagem que conta com três novos loteamentos habitacionais em áreas seguras, fora da zona de inundação.
“Todos são terrenos novos, nunca antes utilizados, sendo dois desapropriados pelo município e um pelo governo do estado”, disse a prefeitura, em nota.
Através do Minha Casa, Minha Vida Calamidade, voltado para áreas rurais, o município de Muçum informou ter sido contemplado com 17 residências, que devem ficar prontas em até seis meses e serão construídas em terrenos fora da mancha de inundação.
No município de Lajeado, um dos mais populosos e prósperos do Vale do Taquari, cerca de 500 famílias recebem aluguel social calamidade enquanto aguardam residências definitivas pelos programas habitacionais, informou a prefeitura. Desde julho de 2024, não há mais abrigos ativos na cidade,
“Existem cerca de 700 casas definitivas previstas para Lajeado por meio de programas habitacionais dos governos e iniciativas privadas referentes às cheias de setembro de 2023 e maio de 2024. Existem seis residências entregues por uma ONG. As demais, estão em fase administrativa ou em construção”, informou a gestão municipal.
Em Arroio do Meio, o prefeito Sidnei Eckert informou que a demanda é por 700 novas moradias. “Governos federal e estadual são parceiros, mas burocracia consome muito tempo”, reclamou.
O município não apresentou balanço sobre o andamento das iniciativas de realocação de quem perdeu suas casas.
Fonte: Agência Brasil