CPMI do INSS: presidente da Conafer é preso durante depoimento
Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares (Conafer), foi preso em flagrante na madrugada desta terça-feira (30) enquanto prestava depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no INSS. A prisão foi determinada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da comissão, que acusou Lopes de mentir após ter jurado dizer a verdade.
Durante a sessão, Lopes negou envolvimento no esquema bilionário de fraudes revelado por operações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. Ele afirmou desconhecer detalhes sobre as atividades de pessoas e empresas ligadas à Conafer, e declarou que a entidade é contrária a qualquer tipo de corrupção.
Descontos suspeitos e movimentações financeiras
A Conafer é apontada como a entidade que mais aumentou os descontos em benefícios do INSS entre 2019 e 2024 — passando de R$ 400 mil para R$ 277 milhões. Segundo a PF, os aposentados e pensionistas tiveram valores descontados acima do autorizado, o que levanta suspeitas de irregularidades.
Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares (Conafer)
Lopes também negou ter movimentado valores incompatíveis com seu patrimônio. O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou que ele teria movimentado R$ 1,76 milhão em dois meses, apesar de declarar um patrimônio de apenas R$ 60 mil.
Assinaturas de pessoas já falecidas
Outro ponto polêmico foi a suposta “ressurreição” de aposentados mortos para autorizar descontos associativos. Gaspar citou casos como o de Maria Rodrigues, que teria assinado uma ficha cinco anos após sua morte, e Gilberto, falecido há 20 anos, mas que também teria “assinado” documentos. Lopes rebateu com ironia: “É padrão do INSS ter defunto recebendo benefício? Se o morto tiver recebendo benefício, sim.”
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