O governo brasileiro comprou arroz através de leilão internacional alegando que as cheias no Rio Grande do Sul provocariam desabastecimento do produto no país ou a sua alta demasiada nas gôndolas dos mercados. Para proteger o consumidor, segundo o governo, foi necessária a compra.
O setor produtivo do Rio Grande do Sul negou que o desabastecimento fosse um risco. E o governo, ao seguir com o leilão se afastou politicamente do setor agropecuário.
Até ai era uma questão política, apenas.
O problema é que o leilão passou a ser alvo de denúncias de fraude. A principal denúncia é de fraude por empresas que compraram o arroz no leilão, e que não possuem a organização societária correta ou que as falsificaram. Isto, uma vez comprovado, mostra fraude e abre caminho para investigação de corrupção no setor que organizou o leilão.
Arroz comprado em leilão internacional, promovido pelo governo, pode ter sido arrebatado através de falcatruas.
O que foi apontado pelo governo de Lula como uma solução, que inclusive beneficiaria o governo na opinião pública, agora é um problema a ser resolvido e um constrangimento, para dizer o mínimo.