SANEPAR não acompanha demanda e falta água na capital
Obras historicamente atrasadas em planejamento e execução deixam a capital paranaense e a Região Metropolitana de Curitiba sem água, de novo.
Ninguém pode dizer que não houve previsão do aumento de temperatura e do aumento de população. Preparar-se para demandas do futuro em obras e estruturas é o que se espera de uma empresa responsável pelo fornecimento de água ao Paraná.
A bela capital paranaense, Curitiba, apresentada ao mundo como cidade inteligente, como uma das melhores cidades do mundo para se viver, não consegue garantir o abastecimento de água diário. Falta luz, falta chuva, excesso de consumo, problemas de manutenção, reservatório baixo, alta na temperatura, muito consumo — todas estas justificativas são dadas pela SANEPAR quando falta água. Em todas elas há um ponto em comum: nada é culpa da SANEPAR. Tudo é algo que ocorre sem o controle da empresa, são forças da natureza!
Ao curitibano e ao paranaense resta a opção de rezar, de torcer para que a natureza seja boa, que envie temperaturas amenas e chuva. Não qualquer chuva, mas chuva na hora certa e no volume certo.
Em um dos verões mais rigorosos, famílias ficaram sem água para banho, sem poder comemorar tranquilamente as festas de final de ano. Crianças em casa, em férias escolares, sem água necessária para banhos.
E não foi apenas um detalhe: na véspera de Natal de 2025, mais de 80 bairros de Curitiba e região metropolitana ficaram sem abastecimento, segundo comunicado oficial da SANEPAR.
Nos dias seguintes, entre 26 e 27 de dezembro, novos bairros como Santa Cândida, Atuba, CIC, Fazendinha, Pinheirinho, Tatuquara e Umbará também sofreram interrupções. A justificativa? Problemas operacionais, falta de energia elétrica e “impedimentos técnicos”. Em resumo, um cardápio variado de desculpas, mas nenhuma responsabilidade assumida.
E para completar o espetáculo, a SANEPAR ainda lembra que, se faltar água na sua casa, a culpa é sua. Afinal, você deveria ter seguido a recomendação da empresa e instalado uma caixa d’água de pelo menos 500 litros, conforme a norma da ABNT. Ou seja, não é que a empresa não forneça água, é você que não se preparou para viver sem ela.
O problema é que isto não é novidade para Curitiba, uma cidade inteligente, ecológica e… sem água.
Curitiba gosta de se apresentar ao mundo como cidade modelo, inteligente, ecológica e referência em qualidade de vida. Mas que modelo é esse que não consegue garantir o básico: água na torneira? O contraste entre a propaganda e a realidade é gritante.
Enquanto Ponta Grossa mostrou recentemente que não aceita passivamente os descuidos da SANEPAR e cobrou soluções concretas, Curitiba parece anestesiada, acomodada em seu título de “cidade inteligente”. Talvez esteja na hora de a capital paranaense provar que sua inteligência não é apenas marketing, mas também atitude. Porque não há nada mais contraditório do que uma cidade que se orgulha de ser moderna e sustentável, mas deixa seus cidadãos sem água em pleno Natal.
Curitiba, bela e inteligente, mas que precisa ser ainda mais esperta: não para se vender ao mundo, mas para exigir da SANEPAR aquilo que é direito básico de qualquer cidadão — água.
Contato
- Atendimento
- (41) 999-555-006
-
Av. do Batel, 1750 – S215
Curitiba – PR










