COP30: uma semana desastrosa
Entre impasses diplomáticos, falhas organizacionais e críticas inéditas da ONU, Brasil inicia sua COP sob holofotes negativos.
A primeira semana da COP30, realizada em Belém, foi marcada por tropeços que comprometeram a imagem do Brasil como anfitrião. O que deveria ser a consagração do país como líder climático transformou-se em um retrato de desorganização e paralisia política.
Negociações travadas
Os debates centrais pouco avançaram. Países ricos exigem maior rigor na apresentação de dados e compromissos mais ambiciosos, enquanto nações em desenvolvimento — especialmente do Sul Global — lembram que sem financiamento garantido não há como elevar metas. O resultado foi um endurecimento das conversas e um clima de desconfiança.
Críticas da ONU e falhas organizacionais
O episódio mais simbólico foi a carta enviada pela ONU ao governo brasileiro, cobrando ajustes imediatos na segurança após a invasão da Blue Zone. É raro que a organização formalize insatisfações dessa forma durante uma COP, o que reforça a gravidade da situação. Além disso, delegações relataram problemas básicos: falta de água em banheiros, falhas na refrigeração dos pavilhões e dificuldades operacionais que não condizem com um evento desse porte.
Brasil sob os holofotes errados
O país, que buscava se afirmar como mediador e protagonista da agenda climática, acabou exposto por falhas que não têm relação direta com o debate ambiental. A imagem de anfitrião responsável foi arranhada, e a oposição ganhou munição para questionar a capacidade do governo em conduzir um evento global.
COPs anteriores
COP27 (Egito, 2022)
Apesar de críticas à logística e à repressão de manifestações, conseguiu avançar em um ponto histórico: a criação do fundo de perdas e danos para países vulneráveis.
COP28 (Dubai, 2023)
Organização impecável, mas cercada de polêmicas pela dependência do petróleo. O resultado mais simbólico foi o acordo para uma “transição energética”, ainda tímido em relação à eliminação dos combustíveis fósseis.
COP30 (Belém, 2025)
Ao contrário das anteriores, o Brasil enfrenta críticas tanto pela condução política quanto pela logística. Não houve até agora avanços significativos em compromissos climáticos, e a narrativa dominante é a da desorganização.
Se a COP27 foi lembrada pela conquista do fundo de perdas e danos e a COP28 pela transição energética, a COP30 corre o risco de ser marcada por falhas organizacionais e pela incapacidade de avançar nas negociações.
É fácil notar que COPs são problemáticas, e se o Brasil, que buscava protagonismo, terminou a primeira semana sob os holofotes errados — terá de trabalhar dobrado para recuperar credibilidade nos próximos dias.
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