Deputados paranaenses querem mais bicicletas nas ruas
A bicicleta deve ser o eixo central do planejamento da vida urbana e ser transformada em política de Estado, com orçamento e metas mensuráveis.
A defesa foi feita pelo deputado estadual Goura (PDT) e pelo arquiteto e urbanista Filipe Simões, coordenador do Programa Niterói de Bicicleta, durante a abertura do Paraná Bici Pré-COP30, a 3ª edição do Seminário Paranaense de Ciclomobilidade e Cicloturismo (Paraná Bici 2025), com o tema “Pedalando pelo Clima”, realizada nesta quarta-feira (5), no Auditório da OAB-PR, em Curitiba.
“As políticas públicas para a bicicleta devem transcender governos e gestões e se tornar política de Estado, sustentada por lei, orçamento e metas mensuráveis”, disse Goura. “Queremos a bicicleta cada vez mais presente nas pautas dos gestores públicos, integrada às políticas públicas e aos orçamentos, com fomento à cultura da bicicleta”, afirmou.
Para Filipe Simões, a bicicleta não é apenas um modal, mas um princípio de planejamento urbano e de vida nas cidades. “Planejar para a bicicleta é planejar cidades mais humanas, compactas e atraentes. Devemos colocá-la como prioridade nas políticas públicas e promover a transformação cultural necessária nas cidades”, destacou.
Prioridade à bicicleta
Goura disse que, acima de tudo, é preciso discutir a falta de prioridade para a bicicleta nas políticas públicas do Estado. “Quando tratamos da bicicleta, não estamos falando apenas de um meio de transporte. Segundo o IBGE, cerca de 6,2% das viagens realizadas no Brasil são feitas de bicicleta”, informou.
“Agora, é importante perguntar: será que 6,2% do orçamento destinado à mobilidade vai para a bicicleta? Ou melhor, será que alguma parcela significativa dos recursos públicos é realmente voltada à mobilidade ativa?”, questionou. “Quando falamos em mobilidade ativa, estamos falando, obviamente, dos ciclistas, dos pedestres e também das pessoas com deficiência”, completou o deputado.
O grande desafio é a construção de estruturas de integração e a mudança de comportamento.
Segundo ele, a bicicleta é um símbolo de uma nova forma de convivência — uma maneira de redescobrir as cidades e redescobrir uns aos outros.
“Queremos que esse símbolo se torne cada vez mais presente nas pautas dos gestores públicos, integrado às políticas públicas e aos orçamentos do Estado, com fomento ao esporte e à cultura da bicicleta”, concluiu.
Transcender governos e gestões
“A bicicleta precisa transcender governos e gestões. Deve se tornar uma política de Estado, com base legal, orçamento e metas mensuráveis. É hora de institucionalizar a mobilidade ativa como um direito urbano e ambiental, integrada às políticas de clima, saúde e qualidade de vida”, afirmou Filipe Simões.
Ele defendeu que o movimento cicloativista precisa dar um salto de maturidade. Para ele, os militantes devem sair do campo do ativismo e ocupar o espaço da política pública. “É nesse território que as decisões se consolidam e as mudanças se tornam permanentes”, observou.
“Precisamos ocupar conselhos, comissões, gabinetes e mandatos. A política pública não pode ser apenas uma reivindicação — tem que ser um espaço de disputa direta. É crucial se institucionalizar, ser firme sem perder a sensibilidade”, destacou Filipe.
Políticas públicas
Goura defendeu que as políticas públicas voltadas à mobilidade ativa precisam ser permanentes, continuadas e amparadas por lei. A bicicleta, segundo ele, deve ser tratada como política de Estado, com metas, orçamento e acompanhamento institucional. O parlamentar citou exemplos:
“Conseguimos incluir nos novos contratos de concessão rodoviária a obrigatoriedade de infraestrutura cicloviária nos trechos urbanos”, pontuou. “Há calendário de obras na BR-277, em Curitiba e Pinhais, e também em Paranaguá”, informou.
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