“Ele está morrendo aos poucos” Disse ex-ministro
Gilson Machado afirma que Bolsonaro “está morrendo aos poucos” e reacende disputa interna na direita
O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, reacendeu o debate sobre o futuro da direita brasileira ao publicar neste sábado (18) uma declaração contundente sobre o estado de saúde e o papel político de Jair Bolsonaro. Em vídeo divulgado na rede X (antigo Twitter), Machado expressou preocupação com o ex-presidente, que cumpre prisão domiciliar em Brasília desde agosto, e criticou aliados por disputarem o que chamou de “espólio” político de Bolsonaro.
Declaração completa e contexto
“Eu conheço o presidente Bolsonaro como poucos. Ele está somatizando todo esse sofrimento a ele imposto. Bolsonaro está morrendo aos poucos. As pessoas que se elegeram por sua causa deveriam parar de lutar pelo espólio do nosso maior líder, que ainda está vivo. Não sei o que será do Brasil se Bolsonaro morrer no cárcere”, afirmou Machado.
A fala ocorre em meio a um cenário de crescente tensão entre os principais nomes da direita, que se articulam para ocupar o espaço deixado por Bolsonaro, cuja liderança tem sido colocada em xeque diante de sua ausência física e jurídica.
Repercussão entre aliados
A declaração de Machado teve forte repercussão entre aliados e ex-integrantes do governo Bolsonaro. A senadora Tereza Cristina (PP-MS), também ex-ministra, havia afirmado dias antes que a oposição precisava de um nome com viabilidade eleitoral para enfrentar o presidente Lula em 2026. Ela citou Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Michelle Bolsonaro (PL-DF) como possíveis lideranças, mas excluiu Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente.
Eduardo reagiu nas redes sociais, criticando a exclusão e afirmando que pesquisas mostram o contrário do que Tereza Cristina declarou. “Figuras políticas que cresceram graças a Bolsonaro agora se acham no direito de escolher o próximo candidato”, escreveu.

“Eu conheço o presidente Bolsonaro como poucos. Ele está somatizando todo esse sofrimento a ele imposto. Bolsonaro está morrendo aos poucos (Gilson Machado).
Michelle Bolsonaro também se manifestou, lamentando nas redes sociais que a prisão do marido impediu a celebração do aniversário de 15 anos da filha Laura como planejado. A senadora Damares Alves e outros aliados participaram de um almoço autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, em caráter excepcional.
Disputa interna pela liderança da direita
A fala de Gilson Machado expõe a fragilidade da coesão entre os aliados de Bolsonaro e evidencia a disputa por protagonismo na oposição. Com o ex-presidente afastado do cenário político por questões judiciais e de saúde, nomes como Tarcísio, Ratinho Júnior e Michelle surgem como alternativas viáveis, enquanto figuras como Eduardo Bolsonaro tentam manter a influência da família na condução do movimento.
A preocupação expressa por Machado não se limita à saúde física de Bolsonaro, mas também ao impacto simbólico de sua possível morte sob custódia. Para o ex-ministro, isso poderia gerar uma comoção nacional e desestabilizar ainda mais o campo conservador.
A direita brasileira, portanto, vive um momento de transição delicado, marcado por disputas internas, ausência de liderança clara e incertezas sobre o futuro eleitoral. A declaração de Gilson Machado funciona como um alerta — e como um chamado à unidade entre os que ainda se identificam com o legado de Bolsonaro.
Contato
- Atendimento
- (41) 999-555-006
-
Av. do Batel, 1750 – S215
Curitiba – PR