E meio a mortes por intoxicação por metanol, Lewandowski demonstra preocupação com o setor de bebidas
Diante do aumento de casos de intoxicação por metanol no Brasil, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou uma série de medidas para enfrentar a crise e proteger os consumidores, sem comprometer o setor de bebidas alcoólicas.
Durante reunião com representantes da indústria, Lewandowski afirmou que o ministério notificará 30 estabelecimentos comerciais suspeitos de adulteração de bebidas com metanol. Além disso, será disponibilizada uma rede de laboratórios para analisar amostras e identificar se o produto é de origem vegetal ou fóssil.
“Vamos com muita clareza atacar aqueles comerciantes que estão alterando as bebidas de forma intencional. Essa situação de saber a origem do metanol é muito importante, porque direciona as investigações. E não podemos paralisar o setor de bebidas”, declarou o ministro.
Acompanhado pelo secretário Nacional do Consumidor, Paulo Pereira, e pela secretária Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos, Marta Machado, Lewandowski ouviu preocupações da indústria sobre os impactos econômicos da crise. Em resposta, reforçou a necessidade de distinguir os responsáveis pelas irregularidades dos demais produtores:
“É preciso separar o joio do trigo”, disse o ministro, enfatizando que “não se pode paralisar um setor importante da economia nacional”.
Além das notificações, o ministério passará a receber amostras coletadas em fábricas clandestinas para rastrear a origem do metanol. Segundo Lewandowski, isso permitirá que “haja um direcionamento” mais preciso nas investigações.

QUADRO DE INTOXICAÇÕS ATÉ O MOMENTO
Foram 225 casos suspeitos de intoxicação por metanol.
17 casos confirmados.
2 mortes confirmadas (ambas em São Paulo).
13 óbitos em investigação em diversos estados.
Como parte das ações emergenciais, o ministro anunciou a criação de um comitê informal com representantes da indústria para acelerar o enfrentamento da crise:
“É importante montar um comitê de enfrentamento da crise do metanol, informal, onde possa haver troca de informações, de boas práticas e anúncios das providências para avançarmos rapidamente na solução do problema”, afirmou.
“A participação do setor é importante para mapear esses ilícitos.”
Casos em alta
Segundo o último boletim do Ministério da Saúde, o país já registrou 225 casos suspeitos de intoxicação por metanol, com 16 confirmações — 14 em São Paulo e 2 no Paraná. Duas mortes foram confirmadas, ambas em São Paulo, e outras 13 estão sob investigação.
Lewandowski classificou o cenário como grave:
“Trata-se de uma crise de saúde pública, de certa maneira inusitada, pois as pessoas estão sendo afetadas por um produto cuja toxicidade e efeitos nocivos à saúde humana ainda não eram amplamente conhecidos.”
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