Intoxicação por metanol: porque as pessoas estão morrendo após consumo de bebida alcólica
Casos de intoxicação por metanol e morte devido a isto, preencheram as manchetes de todo os jornais do Brasil, ontem e hoje. Entenda o que está ocorrendo e porque é grave.
A diferença entre etanol e metanol na fabricação de bebidas
O etanol (C₂H₅OH) é o álcool presente em todas as bebidas alcoólicas consumidas legalmente. Produzido pela fermentação de açúcares, como os da cana-de-açúcar ou do milho, ele é metabolizado pelo organismo em acetaldeído e, depois, em ácido acético — substâncias que, embora causem ressaca e desconforto, não são letais em pequenas doses.
Já o metanol (CH₃OH), também chamado de álcool metílico, é um composto químico de cadeia mais simples, geralmente obtido a partir de gás natural ou carvão. Ele não tem qualquer uso seguro em bebidas: é empregado na indústria química, na produção de solventes, combustíveis e plásticos. Quando ingerido, mesmo em pequenas quantidades, o metanol é metabolizado em formaldeído e ácido fórmico, substâncias altamente tóxicas que podem causar cegueira irreversível e morte.
O cenário no Brasil em 2025
Neste ano, o país enfrenta um surto de intoxicações por metanol associado ao consumo de bebidas adulteradas. Segundo dados oficiais e reportagens recentes, já foram registrados 22 casos suspeitos, dos quais 7 confirmados e 15 em investigação. Pelo menos um óbito foi confirmado e outros quatro seguem sob análise.
Os estados mais afetados são São Paulo e Pernambuco, onde ocorreram mortes e internações após o consumo de drinques prontos e garrafas aparentemente lacradas, mas adulteradas. Em Pernambuco, por exemplo, três homens foram hospitalizados em Caruaru: dois morreram e um perdeu a visão.
Historicamente, o Brasil registra cerca de 20 casos por ano, o que mostra a gravidade da situação atual.
Sinais e sintomas da intoxicação
A intoxicação por metanol é traiçoeira porque, nas primeiras horas, os sintomas podem se confundir com os de uma embriaguez comum. Entre 6 e 24 horas após a ingestão, surgem sinais mais graves, como:
- Náuseas, vômitos e dor abdominal
- Sonolência e mal-estar generalizado
- Visão turva, fotofobia e, em casos severos, cegueira permanente
- Convulsões e coma

Altamente tóxico e mortal, o metanol tem contaminado bebidas no Brasil.
A evolução rápida e a gravidade dos sintomas tornam a intoxicação uma emergência médica. O tratamento pode incluir antídotos específicos e hemodiálise, mas a eficácia depende da rapidez do diagnóstico e da intervenção.
Por que o metanol leva à morte
O perigo do metanol está em sua metabolização. No fígado, a substância é transformada em formaldeído e, em seguida, em ácido fórmico. Este último é altamente tóxico para o sistema nervoso central e para o nervo óptico, causando lesões irreversíveis. Além disso, o acúmulo de ácido fórmico provoca acidose metabólica grave, que compromete o funcionamento de órgãos vitais e pode levar ao óbito em poucas horas se não houver atendimento adequado.
Medidas de prevenção e alerta à população
As autoridades sanitárias reforçam que a população deve redobrar a atenção ao consumir bebidas alcoólicas. É essencial verificar se o produto possui registro no Ministério da Agricultura, rótulo completo e lacre adequado, além de evitar compras em locais sem procedência confiável ou com preços muito abaixo do mercado.
A recomendação é clara: diante de qualquer sintoma suspeito após o consumo de bebida alcoólica, procurar imediatamente atendimento médico e acionar os centros de toxicologia, como o Disque-Intoxicação da Anvisa (0800 722 6001).
Conclusão
O surto de intoxicações por metanol em 2025 expõe não apenas os riscos da adulteração criminosa de bebidas, mas também a necessidade de fiscalização rigorosa e de conscientização da população. A diferença entre etanol e metanol, embora sutil na química, é abissal em termos de impacto na saúde: um é socialmente aceito e seguro em doses moderadas; o outro, um veneno letal.
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