Morre Francisco Cuoco, aos 91 anos
Morreu nesta quinta-feira, 19 de junho de 2025, aos 91 anos, o ator Francisco Cuoco, um dos maiores ícones da teledramaturgia brasileira. O falecimento ocorreu no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, onde o artista estava internado há algumas semanas enfrentando problemas de saúde relacionados à idade, entre eles uma infecção renal e episódios recorrentes de ansiedade. A notícia foi confirmada por familiares e rapidamente repercutiu entre colegas de profissão, veículos de imprensa e o grande público que o acompanhou ao longo de mais de seis décadas de carreira.
Francisco Cuoco nasceu em 29 de novembro de 1933, no Rio de Janeiro. Formado em Direito, sua trajetória artística começou nos palcos do teatro universitário, mas foi na televisão que ele alcançou projeção nacional. Estreou na TV Tupi em 1957, mas foi a partir da década de 1970, já na Rede Globo, que consolidou sua imagem como galã e protagonista de grandes sucessos.
Entre suas atuações mais marcantes estão os personagens Cristiano Vilhena em “Selva de Pedra” (1972), Carlão em “Pecado Capital” (1975) e o misterioso Herculano Quintanilha em “O Astro” (1977). Este último papel foi tão icônico que lhe rendeu um retorno ao personagem mais de três décadas depois, em uma nova versão da novela exibida em 2011. Cuoco também participou de novelas históricas como “O Rebu”, “Feijão Maravilha”, “Roque Santeiro”, “Fera Ferida”, “Celebridade”, entre muitas outras.
Além da televisão, Francisco Cuoco teve uma expressiva carreira no teatro e no cinema. Atuou em peças de autores consagrados, como Nelson Rodrigues, e em produções cinematográficas ao lado de grandes nomes do cinema nacional. Sua versatilidade permitiu interpretar tanto personagens dramáticos quanto cômicos, sempre com presença cênica marcante e carisma natural.
Cuoco foi um artista que testemunhou e ajudou a moldar diversas fases da história da televisão no Brasil. Trabalhou com autores como Janete Clair, Dias Gomes, Gilberto Braga e Manoel Carlos, e dividiu cena com atrizes como Regina Duarte, Tônia Carrero, Fernanda Montenegro e Glória Menezes. Era conhecido por sua elegância, voz inconfundível e dedicação ao ofício de ator.

Francisco Cuoco
Apesar de seu afastamento gradual dos holofotes nos últimos anos, Cuoco continuava sendo uma figura de referência e inspiração para novas gerações de artistas. Em entrevistas recentes, demonstrava preocupação com os rumos da cultura e da produção artística no país, mas sempre com tom conciliador e apaixonado pelo seu ofício.
A repercussão de sua morte tomou conta das redes sociais, com milhares de fãs prestando homenagens e compartilhando lembranças de personagens que marcaram suas vidas. Vários artistas, entre eles Tony Ramos, Susana Vieira, Lilia Cabral e Lima Duarte, expressaram tristeza e reverência à contribuição de Cuoco para a arte brasileira.
O corpo do ator será velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em cerimônia aberta ao público. O enterro está previsto para o Cemitério São João Batista, também na capital fluminense, onde repousam outros nomes históricos da cultura nacional.
Francisco Cuoco deixa um legado artístico imensurável, além de dois filhos e netos, frutos de um dos seus relacionamentos duradouros. Ao longo de sua trajetória, foi homenageado com diversos prêmios, incluindo o Troféu Imprensa, o Prêmio APCA e reconhecimentos especiais pelo conjunto da obra.
Sua partida representa o fim de uma era e o início de uma imortalidade artística. Enquanto existir a memória afetiva do público e a preservação de sua obra, Cuoco continuará encantando gerações com seu talento e sua presença indelével na história da televisão brasileira. Ele não foi apenas um galã: foi símbolo de uma época, reflexo do Brasil que se via nas novelas, e um ator cuja voz atravessou décadas com a mesma dignidade com que viveu.
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