Arte e religião no No Corpus Christi
Arte e religião caminham juntas há séculos. No Corpus Christi, essa combinação pode ser apreciada nas cores e formas dos tradicionais tapetes que ornamentam a procissão católica em celebração à presença de Jesus Cristo na Eucaristia.
Em Curitiba, mais de 120 mil pessoas são esperadas na celebração desta quinta-feira (19/6). A procissão começa às 16h15 e passará pelo caminho de dois quilômetros entre a Catedral, no Centro, e a Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico. Neste trecho, o asfalto é coberto por 128 tapetes feitos pelos fieis com serragem colorida, areia e pedras tingidas e que reproduzem arte sacra.
A confecção do tapetes
O processo de confecção de um tapete de Corpus Christi começa bem antes da festa e exige planejamento. Primeiramente, um cadastro é aberto pela Arquidiocese de Curitiba para todas comunidades, instituições religiosas ou ligadas à igreja católica que desejam participar. Cada grupo decide o tema.
“A Eucaristia é o motivo central das decorações, mas também aparecem temas como o cuidado com os pobres, a missão cristã, a caridade, a natureza, paz, fraternidade”, afirma Eduardo Souza, coordenador-geral da Frente de Trabalho de Corpus Christi pela Arquidiocese de Curitiba.
A montagem começa às 8h de quinta-feira. A ilustração é marcada no chão da rua com giz. No momento de finalização, os materiais preenchem os moldes – primeiro o contorno e, depois, os detalhes e as cores.
Todos os tapetes têm que estar prontos até o início da missa, que acontece às 15h e é seguida pela procissão. Após o término da celebração, a Prefeitura de Curitiba faz a limpeza da avenida.

Preparativos para a confecção dos tapetes que marcam a celebração do Corpus Christi, começam com muita antecedência e trabalho voluntário. Na imagem, o tapete com o Cristo elaborado por Mathias em 2024. Curitiba, 14/06/2025. Foto: José Fernando Ogura/SECOM
Corpus Christi, que em latim significa “Corpo de Cristo”, tem origem no século XIII na Europa. Inspirada pelas visões místicas de Santa Juliana de Mont Cornillon, na Bélgica, e pelo milagre ocorrido em Bolsena – quando uma hóstia consagrada teve sangue, confirmando a presença real de Cristo –, a celebração foi formalizada em 1264 pelo Papa Urbano IV, por meio da bula “Transiturus”. A festividade rememora a Última Ceia, quando Jesus instituiu a Eucaristia, transformando o pão e o vinho em seu corpo e sangue. Em diversas regiões, procissões e tapetes decorados ressaltam a devoção por esse mistério sagrado.
A prática dos tapetes de Corpus Christi tem raízes em Portugal, remontando à Idade Média. Inicialmente, as ruas eram cobertas com mantos e ramos para celebrar a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, simbolizando a recepção do Messias. Quando a tradição foi trazida ao Brasil, durante o período colonial, ela se transformou de simples enfeites em elaboradas obras de arte devocionais, confeccionadas com materiais como serragem, sal, pó de café e outros. Essa evolução uniu fé e criatividade, reforçando a devoção católica e a união das comunidades na celebração deste importante mistério religioso.
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