Dia: 25 de maio de 2025

Na tarde de sexta-feira (23 de maio de 2025), em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, a vida de uma família foi virada do avesso. A Dra. Alaa al‑Najjar, que dedicava suas horas e seu coração à emergência do Complexo Médico Nasser, deixou seus dez filhos em casa para cumprir mais um turno salvador. Horas depois, a realidade cruel se impôs: a residência onde confiava o cuidado de seus pequenos foi reduzida a escombros, levando à perda irreparável de nove deles.

De acordo com relatos das autoridades locais, os corpos das crianças – muitas com marcas profundas das queimaduras sofridas – foram retirados dos destroços e levados a um hospital já marcado pela dor. A faixa etária das vítimas variava desde sete meses até 12 anos, refletindo sonhos e juventude interrompidos de forma trágica. Apenas um menino, com 11 anos, sobreviveu, mas carregando sinais dos ferimentos que quase ceifaram sua esperança.

Em meio ao caos, a própria médica permaneceu firme em sua missão de salvar vidas. Mesmo devastada pela perda inominável, ela continuou participando do atendimento dos pacientes, encarnando um exemplo de coragem e dedicação que, infelizmente, não a poupou da dor pessoal. O marido da Dra. al‑Najjar, também médico, caiu gravemente ferido durante o ataque – uma lembrança amarga de que, mesmo entre os que juram proteger a vida, a guerra deixa marcas profundas.

O cenário que se desenrolou em Khan Younis vai muito além dos números e estatísticas. As cenas de resgate, com socorristas trabalhando exaustivamente para recuperar os restos carbonizados dos pequenos, revelam uma realidade brutal onde o conflito se impõe de maneira implacável na vida de famílias inocentes. Cada escombro carrega o peso de um futuro que jamais será realizado, e a comunidade local se vê abalada em sua essência pela perda de tantas vidas preciosas.